Seattle divide opinião suíça

A controvérsia sobre a Rodada do Milênio a ser lançada na Conferência ministerial de Seattle na próxima semana reflete-se também na Suíça. Governo, associações patronais, sindicatos, agricultores e ONGS defendem posições diferentes.

A Conferência ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Seattle, que definir a agenda de negociações para a Rodada do Milênio, está dividindo a opinião na Suíça.

A delegação suíça de 18 membros, chefiada pelo ministro da Economia Pascal Couchepin, vai defender a mesma posição da União Européia: uma agenda ampla para a Rodada do Milênio, mantendo apoio público à agricultura através do princípio de que a agricultura tem outras funções além da produção.

A União suíça do comércio e indústria (VORORT), principal associação patronal, também quer uma ampla liberalização, inclusive dos mercados públicos, mas é contra a introdução de normas sociais ou ambientais nos acordos comerciais.

Os adversários da liberalização também são numerosos na Suíça. Várias sindicatos e associações formaram um grupo de pressão afirmando que primeiro é preciso analisar os efeitos econômicos, sociais e ambientais da Rodada Uruguai, em vigor na OMC, e corrigir os efeitos nefatastos antes de uma nova liberalização.

Outros sindicatos e partidos de esquerda defendem uma reforma dos estatutos da OMC para dar mais peso aos interesses dos países em desenvolvimento e mais transparência nas negociações.

Organizações ecológicas mais influentes como Greenpeace e WWF – Fundo Mundial pela Natureza – pedem que a Suíça se comprometa claramente com o desenvolvimento sustentável.

A extrema esquerda, por sua vez, pretende fazer resistência direta à mundialização através de duas associações: a Aliança Mundial dos Povos (AMP) e a Coordenação anti-ciclo do Milênio, ambas denunciando os efeitos da mundialização sobre o nível de emprego.