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Suíça envia ajuda às vítimas do ciclone em Mianmar

Ciclone Nargis matou mais de 22 mil pessoas. Keystone

O governo e a Cruz Vermelha Suíça enviaram uma ajuda de emergência de 700 mil francos aos sobreviventes do ciclone Nargis em Mianmar (ex-Birmânia).

A catástrofe ocorrida no último sábado (04/05) deixou um rastro de destruição e um saldo de mais de 22 mil mortos, 41 mil desaparecidos e 190 mil desabrigados.

A ajuda suíça, que faz parte de uma campanha internacional, concentra-se nas áreas de abastecimento, água potável e acomodação para os desabrigados.

A Direção de Desenvolvimento e Cooperação (DDC) liberou meio milhão de francos suíços e a Cruz Vermelha Suíça mais 200 mil francos.

Quatro técnicos do país serão enviados às regiões atingidas, assim que obtiverem vistos da autoridade militar birmanesa, informou Toni Frisch, chefe da ajuda humanitária na DDC. Outros três irão à Tailândia para trabalhar com a ONU e com organizações não governamentais.

Desafio logístico



Essa missão será um desafio logístico, disse Matt Cochrane, da federação formada pela Cruz Vermelha e o Crescente Vermelho, em Genebra. “O ciclone teve efeitos graves sobre uma infra-estrutura muito rudimentar. Estradas foram destruídas, a comunicação e a rede elétrica também não funcionam”, disse ele à swissinfo.

Técnicos da Cruz Vermelha estiveram em Mianmar logo após a catástrofe para avaliar as dimensões dos estragos em Rangun, maior cidade do país e uma das mais atingidas. Eles distribuíram cápsulas de purificação da água e mosquiteiros contra a propagação da malária.

De acordo com fotos de satélite da ONU, os danos do ciclone concentram-se numa área de 30 mil km2 (o que equivale a 75% do território suíço), na região do delta do Irrawaddy, a mais afetada, próxima ao Golfo de Bengala.

Isso corresponde a apenas 5% da área do país, mas nessa região costeira vive um quarto da população birmanesa de 57 milhões de habitantes. A ajuda é difícil porque poucos estrangeiros estão autorizados a entrar e a trabalhar no país.

Frustração



“Entendo que em parte haja frustração, mas estamos apenas no início de uma reação a uma catástrofe monumental”, afirmou Cochrane. “Estamos confiantes, porém, de que o acesso ao país será melhorado e que a ajuda aos atingidos se tornará mais rápida.”

O Nargis foi o pior ciclone ocorrido na Ásia desde 1991, quando uma catástrofe de dimensões ainda maiores matou 143 mil pessoas em Bangladesh.

A catástrofe do último final de semana forçou a Junta Militar de Mianmar a fazer concessões inesperadas. Após o tsunami do final de 2004, os generais rejeitaram ajuda externa.

Por causa do ciclone, a Junta transferiu para o dia 24 de maio nas regiões mais atingidas um referendo constitucional que estava previsto para o próximo sábado.

swissinfo, Thomas Stephens

Governos e ONGs de todo o mundo prometeram ajuda de mais de 20 milhões euros às vítimas da catástrofe em Mianmar.

Reino Unido: € 6,3 milhões
EUA: € 3,25 milhões
União Européia: € 2 milhões
Canadá: € 2 milhões
Suécia: € 1,6 milhão
Noruega: € 1,3 milhão
Holanda: € 1 milhão
Indonésia: € 643 mil
China: € 643 mil
Alemanha: € 500 mil
Espanha: € 500 mil
Suíça: € 429 mil
Japão: € 266 mil
França: € 200 mil
Grécia: € 129 mil
Tailândia: medicamentos, alimentos
Índia: medicamentos, mantimentos

Fonte: AFP

Mianmar (ex-Birmânia) é governado desde 1962 por uma Junta Militar.

Em setembro de 2007, houve fortes protestos populares contra o aumento do preço da gasolina. As manifestações foram reprimidas a tiros pela polícia e pelo exército.

De acordo com a ONU, o governo militar mantém 1.100 presos políticos. A líder da oposição e Prêmio Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi, passou 11 dos últimos 17 anos em prisão domiciliar. Desde setembro de 2003, a Cruz Vermelha Internacional não obtém autorização para visitá-la.

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