Documento do avião de caça suíço revela oferta fiscal francesa secreta
A França ofereceu à Suíça um adoçante financeiro, no valor estimado de CHF3,5 bilhões, para comprar seus caças Rafale em vez de aviões F-35A americanos, de acordo com um documento secreto visto pela emissora pública suíça SRF.
O documento lança luz sobre as negociações de fundo enquanto a Suíça procura substituir sua frota envelhecida de caças de combate. Ele também acrescenta mais combustível a uma discussão em andamento sobre se os contribuintes conseguiram o melhor negócio por seu dinheiro.
O acordo CHF6 bilhões (US$ 6,2 bilhões) F-35A foi aprovado pelo parlamento em 2019 e foi carimbado pelos eleitores suíços no ano seguinte. Mas a saga não terminou aí. Outra iniciativa popular, visando a escolha específica de aeronaves, parece ter reunido assinaturas suficientes para forçar um novo referendo.
Mas o governo declarou controversialmente que planeja finalmente assinar o contrato de compra do F-35A este ano sem esperar o resultado desta votação em particular.
A SRF descobriuLink externo agora um documento secretoLink externo que mostra que a troca ainda estava em pleno andamento no verão passado, com a França determinada a persuadir a Suíça a mudar de idéia e comprar seus jatos Rafale.
O documento foi assinado pelo Ministro francês da Economia e Finanças Bruno Le Maire em 28 de junho de 2021. Várias fontes anônimas disseram à SRF que os ministros do governo suíço não só viram a carta, mas haviam procurado ativamente a contra-oferta da França.
Na carta, Le Maire ofereceu-se para recalibrar um acordo suíço-francês sobre a tributação de trabalhadores transfronteiriços em favor da Suíça – num valor estimado de CHF 3,5 bilhões. Ele também deu garantias de que a França apoiaria a Suíça enquanto o estado alpino navega por um período difícil em suas relações com a União Européia. Mas isto não conseguiu mudar a opinião da Suíça.
A SRF relata que as negociações com a França também geraram alguma animosidade entre o Ministério da Defesa suíço e os ministérios das Relações Exteriores e das Finanças – todos eles se recusaram a comentar, juntamente com a embaixada francesa em Berna e um porta-voz do gabinete.
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