Proposta parlamentar deve permitir reexportação de armas para a Ucrânia

Pessoas em um funeral em Dnipro, Ucrânia, em 17 de janeiro. Pelo menos 44 pessoas foram mortas quando um míssil russo atingiu um prédio de nove andares. Keystone / Artem Baidala

Uma comissão parlamentar suíça propôs a renúncia a uma controversa proibição que impede a reexportação de munições fabricadas na Suíça de outro país para a Ucrânia.

A recomendação foi aprovada na terça-feira com 14 votos a favor e 11 contra e exigirá aprovação posterior do parlamento.

“A maioria do comitê considera que a Suíça deve fazer uma contribuição para a segurança europeia, o que inclui fornecer mais ajuda à Ucrânia”, disse o Comitê de Política de Segurança da Câmara dos Deputados em um comunicado à imprensa.

A Suíça já rejeitou anteriormente apelos da Alemanha para permitir a reexportação de munições de fabricação suíça para a Ucrânia, dizendo que tal medida violaria sua neutralidade. Em 11 de janeiro, a Espanha disse que a Suíça se recusava a permitir a reexportação de material de guerra para a Ucrânia. Mas a pressão tem aumentado para que Berna reveja suas políticas, inclusive na reunião anual do Fórum Econômico Mundial (WEF) em Davos na semana passada.

“Entendemos a Suíça e sua neutralidade, mas no momento, quando se trata de valores comuns, não se pode ser neutro”, disse o prefeito de Kyiv, Vitali Klitschko.

O comitê acrescentou na declaração que suas propostas não violavam as regras suíças de neutralidade, já que as armas passariam por outro país e não diretamente para uma zona de conflito.

Na semana passada, o Ministro do Interior Alain Berset, que detém a presidência rotativa da Suíça este ano, insistiu que a lei de neutralidade proibia não apenas a exportação, mas também a reexportação de armas suíças. Berset acrescentou que a cláusula fazia parte dos contratos assinados com os países parceiros.