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Agora é que o debate sobre os salários irá começar

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O debate sobre o papel das empresas de capital público como a Companhia Suíça de Trens (SBB, na sigla em alemão), Correios Suíços ou a Swisscom (telecomunicações) irá dominar o debate político no país nos próximos anos. Em primeiro lugar, o Parlamento federal irá tratar dos salários da alta direção nessas empresas.

O debate sobre o serviço público irá dominar a política suíça nos próximos anos. É a impressão dada pelos artigos publicados na imprensa dominical nesse dia de plebiscitos: antes do resultado final sobre a iniciativa “Em prol do Serviço Público”, partidos e grupos de interesse já fazem novas exigências às empresas de capital público. Hoje elas sofrem críticas de partidos da direita e esquerda. A questão fundamental: qual a margem de liberdade das empresas de capital público e o que deve ser regulado pelo mercado?

Políticos dos partidos conservadores querem controlar mais essas empresas. Em sua visão, elas deveriam deixar ao mercado o que pode ser resolvido por ele. Por isso, muitos dos seus representantes consideram “ser necessário colocar rédeas claras ao seu campo de atividades”, declarou Hans-Ulrich Bigler, deputado-federal do Partido Liberal e diretor da Associação Comercial Suíça, no jornal “Schweiz am Sonntag”. Para o político, as empresas de capital público aproveitam-se demasiadamente dos privilégios, que “terminariam levando a situação de concorrência desleal entre o Estado e a economia”.

Essa “distorção injusta é fortemente pronunciada na Suíça”. O Delegado de Controle de Preços, Stefan Meierhans, exige no jornal “NZZ am Sonntag” que a classe política reaja à feroz batalha por votos. Meierhans refere-se ao debate “como expressão de desagrado forte do povo” e sugere na entrevista que o governo federal deve ter menos lucros com os Correios Suíços e Swisscom. O serviço público deve se tornar mais eficiente através da concorrência de mercado.

Políticos de esquerda planejam limitar os salários dos chefes das empresas de capital público. No Parlamento já há várias propostas em andamento. Corrado Pardini, deputado-federal do Partido Socialista, irá apresentar na próxima semana a proposta de um limite salarial de 500 mil francos anuais às empresas com mais de 50% do capital nas mãos do Estado, escreve o jornal “Sonntagsblick”.

Além disso, escreve: “Essa proposta atende um anseio da população – e entre seus colegas na capital federal, Berna. Uma ampla aliança de direita a esquerda apoia seu plano”. Também Christian Levrat, presidente do Partido Socialista, apela ao governo a intervir: “Por exemplo, que ele exija que os salários não sejam aumentados nos próximos cinco anos”, cita o jornal “Schweiz am Sonntag”.

A federação sindical Travail.Suisse também critica os salários dos chefes nas empresas de capital público. Em um comunicado enviado à imprensa, ela defende que o nível salarial dos dirigentes tenha uma melhor correspondência ao mandato público que elas têm. Além disso, essas empresas devem melhorar os serviços oferecidos nas regiões limítrofes do país. 

O que é “serviço público”?

O termo “serviço público” na Suíça significa os serviços regionais e sociais básicos. Ele fornece serviços à população como transportes (Companhia Suíça de Trens, construção e manutenção de estradas), no abastecimento (eletricidade, rede de dados, água), na mídia (Sociedade Suíça de Radiodifusão e Televisão – SRG SSR), na eliminação de dejetos (lixo e esgotos), na educação (escolas, infraestrutura esportiva), na disseminação do saber e cultura (arquivos, bibliotecas, museus), no lazer (jardins) e outros.

O historiador suíço Jakob Tanner define o serviço público com três características: “Acesso universal, a mesma qualidade para todas as classes sociais e todas as regiões e um preço acessível”.

O serviço público, segundo Tanner, é uma parte da história democrática da Suíça e, dessa forma, um importante “fator de identificação”.

A iniciativa “Em prol do Serviço Público” aborda as “empresas que atuam no fornecimento dos serviços básicos, que têm um mandato do governo federal”.

A Sociedade Suíça de Radiodifusão e Televisão – SRG SSR não tem esse mandato. Ela é organizada como uma associação de caráter privado. Essa associação é responsável por uma empresa sem fins lucrativos.

Você considera que os salários dos chefes de estatais ou empresas de capital público devam ser limitados? Dê aqui a sua opinião.

Adaptação: Alexander Thoele

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