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Protesto de clandestinos tem pouco êxito

Os manifestantes capitularam, pelo menos por enquanto Keystone

Autoridades decidem não apoiar concessão de carteira de residência à maioria de dezenas de clandestinos que ocupavam há quase 3 meses uma igreja da cidade de Friburgo. Dos 84 que reivindicavam "regularização coletiva" da situação no país, apenas 21 têm alguma chance de ser atendidos. Todos abandonaram o local.

Os clandestinos, dos quais boa parte mora há muitos anos na Suíça – inclusive portugueses – ocuparam dependências da igreja St.Paul em Friburgo, dia 3 de junho. A iniciativa teve repercussão e tornou-se agora um problema que, pelo menos em parte o governo federal deve resolver dentro em breve.

Uma semana decisiva

A questão tomou novo rumo na segunda-feira 20/8, quando o Conselho Paroquial da igreja exigiu que o grupo se retirasse das dependências do edifício e apenas 5 pessoas constituíssem uma “representação simbólica”, em sistema de rodízio, dentro do santuário. A proposta foi rejeitada, até porque 21 não tinham domicílio. E para ganhar tempo, sugeriam debater a questão com o Conselho na quinta-feira.

Na quarta 22, o governo de Friburgo definiu-se sobre a questão. Decidiu apoiar reivindicação de somente 21 dos clandestinos em documento encaminhado às autoridades federais, competentes na concessão de carteira de residência. São pessoas que vivem na Suíça há cerca de 10 anos, integradas e com as crianças estão na escola. Pelo menos por enquanto podem ficar tranqüilas, aguardando decisão das autoridades.

Na quinta-feira, veio ordem do governo localpara que deixassem o recinto. Mas já de manhã a igreja estava vazia.

Continua ameaça a uso da força

A medida do governo de Friburgo significa que todos os outros – 69 ao todo, porque 4 foram retirados da lista – devem deixar a Suíça. Por bem, ou pela força. Como argumenta representante da polícia, não haverá “caça a homem”. Adverte porém que “se eles recusam partir, ficam submetidos à lei federal sobre medidas de coerção”. E estima que a medida do governo friburguese foi “realista e humanista”.

Não dá para empurrar com a barriga

Estatísticas oficiosas avançam a cifra de 300 mil “sans-papiers” (sem documentos) na Suíça. São geralmente pessoas que vivem e trabalham ilegalmente. As autoridades estão bem conscientes do problema, mas fecham os olhos, até porque a situação beneficia a economia. Acontece também que se a maioria dos clandestinos é explorada, eles preferem essa situação que uma vida de maior miséria no próprio país.

Com a politização da questão, as autoridades podem se mostrar mais rigorosas, acabando com uma “hipocrisia” freqüentemente denunciada até por políticos.

Por outro lado impõe normas severas à imigração no sentido de evitar que o país fique muito atraente a ele aflua “a miséria do mundo”.

swissinfo com agências.

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