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É terminantemente proibido não tocar

A mão, de verdade ou num jogo de espelhos, é essencial para quem quer aferrar-se à ciência. Technorama Winterthur

No Technorama de Winterthur a ciência está literalmente ao alcance da mão: 5.000 m2 de exposição interativa para tornar tangíveis fenômenos como o magnetismo, a eletricidade e o os tornados.

Criado em 1990, o Technorama é um destino apreciado por “experimentadores” de todas as idades.

Visitar um museu sabendo que não só se pode tocar os objetos expostos, mas que se deve fazê-lo, é uma experiência bastante insólita. É o que propõe o Technorama de Winterthur que já seduz ao primeiro olhar pela sua aparência externa. As milhares de plaquetas de alumínio que cobrem a fachada do museu são obra do artista Ned Khan. Como as ondas do mar se encrespam ao sopro do vento.

Resultado? O vento, além de a gente o sentir na pele, ele se torna visível. Uma vez transposto o umbral do Technorama, a idéia de base não muda: mais de 500 locais e um laboratório permitem entrar graças aos sentidos no mundo das ciências naturais e de entender como surgem as ilusões óticas, que leis governam a física dos corpos giratórios ou que aspecto assumem as turbulências meteorológicas.

“Tornar o visível o invisível é um dos nossos princípios mais importantes”, confidencia a swissinfo Remo Besio, diretor de Technorama. “Já Tomás de Aquino afirmava não ser compreensível o que escapa aos sentidos. Nós levamos adiante essa filosofia”.

O lado estético dos fenômenos científicos

Magma bolente, tornado de fogo, bolas gigantescas de sabão: freqüentemente os objetos expostos são bonitos de ver e por isso mesmo ficam impressos na mente do visitante.

Ao aspecto instrutivo, procurado por quem deseja descobrir como funciona o mundo, acresce o fascínio estético.

Além da beleza intrínseca dos fenômenos naturais, isto é devido também a uma consciente busca estética dos autores de alguns dos objetos em exposição.

“Muitos dos objetos expostos – explica Besio – surgiram nos bancos de escola ou nos laboratório como meios didáticos para esclarecer determinados fenômenos. Outros, porém, foram idealizados por artistas, que graças à utilização de fumaça, luzes particulares ou laser conseguiram tornar visível o que na vida diária não o é”.

Divertimentos instrutivo

Claro, quem entra no Technorama não sai com um diploma em física, mas sua curiosidade será solicitada por algo mais que um televisor. O centro científico de Winterthur não tem por ambição formar pequenos Einsteins. Seu objetivo é mais de desenvolver um trabalho de relações públicas para a ciência.

“Desejamos que as pessoas que nos visitam desenvolvam maior interesse pela ciência e pela técnica”, diz o diretor de Technorama. “E para atingir esse objetivo procuramos divertir e entreter o público”. A palavra mágica é “interatividade” e em 1990 transformou, salvando-o, um museu de velho molde, pouco visitado. “Fazer, tocar, experimentar por si mesmo, é isto que agrada às pessoas”.

O Technorama é hoje um destino que agrada às famílias, aos professores ávidos de entusiasmar os alunos pelas ciências naturais e a todos os curiosos, jovens e menos jovens, interessados em aprender divertindo-se.

“Quando este museu era puramente técnico, com centenas de vitrines de exposição, havia pouquíssimas mulheres”, lembra-se Remo Besio. “Hoje a metade dos visitantes é do sexo feminino. As jovens de 12 a 15 anos param mais tempo nas mostras que os jovens e estudam de maneira mais aprofundada os objetos expostos.

Único concorrente, o sol

A força de atração do Technorama chega até à Alemanha. Em média, um de cada cinco visitantes é alemão. Isto dá a dimensão do sucesso do Science Center de Winterthur.

Na Europa existem outras iniciativas semelhantes – como a Cité des Sciences de Paris ou a Cittadella scienza de Nápoles, mas o Technorama é o único a apostar exclusivamente na interatividade.

O número de visitantes chega perto de 250 mil anualmente, um resultado que permaneceu constante nos últimos anos. Somente o sol parece reduzir o número de ingressos. Parece que a um museu por mais interessante que possa ser, as pessoas prefiram a clássica excursão.

Na própria Suíça, se a esmagadora maioria dos visitantes são da região de língua alemã, poucos são os de língua francesa ou italiana que vão até Winterthur, embora o Technorama seja um dos poucos museus que se deu o trabalho de traduzir de maneira impecável todas as informações relacionadas à exposição permanente em francês e em italiano.

swissinfo, Doris Lucini, Winterthur

1990: inauguração do Technorama no formato atual
500 locais interativos e um laboratório
Cerca de 250 mil visitantes anuais
25% dos visitantes são estudantes
20% são procedentes da Alemanha

Em 1969, por idéia de Frank Oppenheimer – físico e irmão do famoso Robert – inaugura-se em San Francisco o primeiro Science Center, protótipo da moderna exposição científica ativa. Do modelo inspira-se também o Technorama de Winterthur.

A característica fundamental do Technorama é a interatividade entre o visitante e os objetos expostos. Através de instalações a manipular e experimentar de realizar, o visitante do museu passa de sujeito passivo a sujeito ativo.

O Technorama, aberto de terça a domingo e todos os dias festivos (menos Natal), é acessível também aos excepcionais. Para aceder ao laboratório, os jovens de menos de 13 anos devem estar acompanhados por um adulto. Todas as informações relativas à exposição são fornecidas em alemão, francês, italiano e inglês.

Aos professores são oferecidos cursos e material didático que permitem desfrutar ao máximo as potencialidades do Technorama.

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