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Ministro de Defesa venezuelano nega que Maduro se sustente por militares e Tribunal Supremo

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro (E), e o ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López, em Caracas, no dia 9 de março de 2016 afp_tickers

O ministro da Defesa venezuelano, Vladimir Padrino López, negou, neste domingo, que o presidente Nicolás Maduro – com baixa popularidade e que enfrenta pedidos de renúncia e um possível revogatório – permaneça no poder graças ao apoio de militares e do Tribunal Supremo.

“É mentira que a Forças Armadas sustentam o governo. O governo se sustenta porque vem de eleição popular; o povo colocou ali o presidente da República”, disse Padrino López em uma entrevista na TV, ao ser perguntado se Maduro “é um presidente sem povo” e com “o apoio exclusivo das Forças Armadas e do Tribunal Supremo”.

A oposição afirma que o governo de Maduro, com uma popularidade menor que 30%, se sustenta com a presença de militares em seu gabinete e com as decisões do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), que com sentenças emitidas em sua Sala Constitucional tem enfrentado a atuação do Parlamento, controlado amplamente pela oposição há quatro meses.

O oficial militar considerou a suposta fragilidade do governo de Maduro como “uma apreciação errada, desproporcional e mesquinha”.

A Venezuela, que sofre uma dura crise econômica que especialistas já catalogam como depressão, acumula mais de dois anos de retrocesso econômico (-5,7% no PIB em 2015), com inflação de 180,9% no ano passado e uma escassez de produtos básicos que supera 67%.

Neste contexto, a oposição obteve 112 de 167 cadeiras do Parlamento nas legislativas de dezembro passado. Desde então a bancada opositora tem visto freado seu trabalho por decisões do TSJ, que suspendeu, anulou e regulou as atuações do controle Legislativo sobre o Executivo.

Algumas das leis declaradas ilegais pelo TSJ são a de anistia para opositores presos e a reforma do Banco Central.

Atualmente, a oposição discute no Congresso uma emenda constitucional para encurtar o mandato de Maduro de 6 para 4 anos, e já aprovou uma lei de referendos que aceleraria a possível realização de uma votação revogatória contra o presidente.

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