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‘Nos coordenamos, mas não nos subordinamos’: presidente reforça posição do México ante os EUA

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O México se coordena com os Estados Unidos, mas não se subordina ao país vizinho, afirmou nesta terça-feira (1º) a presidente Claudia Sheinbaum ao ser questionada sobre sua reunião na sexta-feira com a secretária de Segurança Interna americana, Kristi Noem.

A presidente reafirmou dessa forma a postura de seu governo frente ao de seu contraparte americano, Donald Trump, que exige que o México detenha o fluxo de drogas e de migrantes em situação irregular para esse país.

“Não se pode esquecer que nós nos coordenamos, mas não nos subordinamos, que colaboramos e também que a presidente responde a apenas uma autoridade e ela se chama povo do México”, disse Sheinbaum durante sua habitual coletiva de imprensa matutina.

A presidente também responder às declarações de Noem à imprensa americana, nas quais apontou que entregou uma lista de temas pendentes ao México, como um maior controle na fronteira com a Guatemala, maior triagem da carga aérea e compartilhamento de dados biométricos sobre viajantes ou migrantes que atravessam o país.

Sheinbaum disse que seu governo ratificou um acordo de revisão de pacotes nas alfândegas e que explicou à funcionária americana que o México não coleta dados biométricos, portanto, isso deveria fazer parte de uma mesa de trabalho.

Sobre a fronteira com a Guatemala, a presidente disse ter informado Noem de que essa região deveria se tornar um “polo de desenvolvimento”.

Na sexta-feira, Sheinbaum se reuniu com Noem no palácio presidencial da Cidade do México, ao final de um giro da funcionária americana que incluiu El Salvador e Colômbia.

A mandatária também disse que seu governo não acredita no “olho por olho, dente por dente”, ao se referir a possíveis represálias às tarifas sobre as exportações mexicanas que Trump anunciou para esta quarta, 2 de abril.

“Não acreditamos em olho por olho, dente por dente, porque isso sempre leva a uma situação ruim. É claro que medidas serão tomadas [no México] porque medidas foram tomadas do outro lado, mas o diálogo tem que continuar”, disse Sheinbaum.

Embora seja uma medida de política comercial, as tarifas são empregadas por Trump como um instrumento de pressão sobre México e outros países para obter resultados em outras matérias, como o controle migratório e o combate ao narcotráfico.

O governo mexicano disse que depois dessa data dará uma “resposta integral” às tarifas de Trump sobre o aço e o alumínio, automóveis estrangeiros e às chamadas “tarifas recíprocas” que Washington irá impor para aqueles países que tarifam bens americanos.

Mais tarde, o governo informou que Sheimbaum falou por telefone pela primeira vez com o novo primeiro-ministro canadense, Mark Carney, e que no telefonema, os dois “concordaram na importância da integração econômica da América do Norte (…) como a melhor maneira de competir com outras regiões do mundo”.

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