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‘Precisamos ter nosso Guantánamo’, diz governador do Rio

O governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel chega para a cerimônia em que o economista Roberto Castello Branco assume o cargo de presidente da Petrobras na sede da empresa no Rio de Janeiro, 3 de janeiro de 2019 afp_tickers

O recém-empossado governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, mostrou-se partidário a classificar como terroristas os traficantes de drogas e os criminosos que circulam com armas longas e isolá-los em uma prisão ao estilo da de Guantánamo.

“Precisamos ter o nosso Guantánamo”, afirmou o controverso governador, em alusão à prisão americana instalada no leste de Cuba, que abriga os presos acusados de terrorismo depois dos atentados de 11 de setembro de 2001 e que recebeu várias denúncias de violação dos direitos humanos.

“É preciso colocar os terroristas em locais onde a sociedade se livre definitivamente deles”, acrescentou em um discurso durante ato na Cidade da Polícia, zona norte do Rio.

Pouco antes, propôs que os criminosos que usarem armas longas sejam tratados também como terroristas.

“Quem usa um fuzil e não está envergando uniforme é inimigo. Quem usa um fuzil porque quer dominar um território é um terrorista e assim será tratado. Vamos retomar a tranquilidade de qualquer comunidade”, prometeu.

Não é a primeira vez que Witzel, que venceu com folga as eleições de outubro, surfando a onda ultraconservadora que levou ao poder o presidente Jair Bolsonaro, causa polêmica com suas propostas de combate à disparada da violência no populoso e turístico estado.

Dias após a eleição, propôs recorrer a atiradores de elite para matar criminosos flagrados com armas longas, mesmo em casos em que não haja confronto com as forças da ordem.

A onda de violência que afeta o Rio de Janeiro, o segundo estado mais rico e o terceiro mais populoso do país, se intensificou após os Jogos Olímpicos realizados na capital fluminense, em 2016.

No ano passado, o Brasil registrou 63.800 mortes violentas, 30,8 a cada 100.000 habitantes, embora no Rio esta taxa seja de 40,4/100.000, segundo a ONG Fórum de Segurança Pública.

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