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‘Menino’ Elián González comenta retomada das relações Cuba-EUA

Delfin Gonzalez, tio avô de Elián González, é visto em 24 de junho de 2015, em Miami afp_tickers

O restabelecimento das relações entre Cuba e Estados Unidos é o reconhecimento e um sinal de respeito de Washington para com a ilha: é o que pensa Elián González, o menino “balseiro” protagonista há 15 anos de um episódio de disputa entre os dois países.

“O estabelecimento de relações nível de embaixada é um indicador do que tem sido a revolução cubana ao longo da história, que já ganhou o respeito e o reconhecimento do governo dos Estados Unidos”, disse à AFP González, agora com 21 anos, em visita a Santiago de Cuba, a 900 km ao sudeste de Havana.

Ele enfatizou que “embora eles (Washington) continuem a criticar o nosso modelo, a criticar os irmãos Castro, a retomada foi um reconhecimento de que mantiveram uma polícia fracassada” durante meio século com a ilha.

González e seu pai Juan Miguel González estão entre os convidados que foram a Santiago de Cuba comemorar o 500º aniversário da fundação da segunda cidade de Cuba e do 62º aniversário do ataque ao quartel Moncada, considerado o início da revolução liderada por Fidel e Raul Castro.

“Por mais que tenham tentado isolar Cuba, o país se engrandeceu e quem estava isolado eram eles” (os Estados Unidos), disse González, que encontrou com os cinco agentes cubanos libertados pelos Estados Unidos em uma visita ao túmulo do Herói Nacional José Martí, no cemitério de Santa Ifigenia.

Elián González sobreviveu a um naufrágio em novembro de 1999, quando sua mãe deixou Cuba ilegalmente em um pequeno barco rumo aos Estados Unidos na companhia de outras pessoas.

Resgatado pela Guarda Costeira, ele foi entregue a sua família em Miami, Flórida, e tornou-se o centro de uma disputa entre os exilados anticastristas em Miami e o governo cubano e seus partidários, que apoiaram seu pai Juan Miguel no pedido de repatriamento.

A saga, que provocou grandes manifestações de apoio a Juan Miguel em Cuba, e fortes réplicas em Miami, acabou em junho de 2000, quando as autoridades de imigração dos Estados Unidos fizeram um resgate espetacular da criança, entregando-o a seu pai e os autorizando a regressar a Cuba.

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