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“Olá, Terra”: o robô Philae acorda na superfície do cometa “Tchuri”

O robô espacial europeu Philae, estacionado na superfície do cometa "Tchuri" desde novembro do ano passado, despertou no sábado à noite, revelou Jean-Yves Le Gall, presidente do Centro Nacional de Estudos Espaciais (CNES), a agência espacial francesa. afp_tickers

O robô espacial europeu Philae, pousado na superfície do cometa “Tchuri” desde novembro do ano passado, despertou na noite de sábado, gerando expectativas de um retorno ao trabalho imediato.

“Philae vive! Isso é fantástico! Recebemos sinais durante dois minutos, bem como quarenta segundos de dados”, revelou à AFP Jean-Yves Le Gall, presidente do Centro Nacional de Estudos Espaciais (CNES), a agência espacial francesa.

“Olá Terra! Vocês estão me ouvindo?”, tuítou o robô, via Agência Espacial Europeia (ESA).

“Está pronto para retomar suas operações”, declarou Stefan Ulamec, responsável pelo robô, em um comunicado da agência espacial alemã DLR.

“Philae retomará o trabalho”, assegurou Le Gall, considerando que o mecanismo poderá fotografar e recolher dados do cometa imediatamente.

O despertar de Phiale, robô-laboratório munido de vários instrumentos, ocorreu sábado às 22h28, hora europeia, (17h28 de Brasília), segundo a ESA.

A novidade foi recebida com alegria por aqueles que têm acompanhado os passos do robô desde o inverno passado. “A @NASA diz bom dia a Philae”, tuítou a agência espacial americana. “Todo mundo está em festa com o despertar de @Philae2014”, reagiu o Royal Observatory.

Do tamanho de uma máquina de lavar roupas, o robô Philae estava inativo desde seu histórico pouso em 12 de novembro do ano passado sobre o cometa 67P/Tchuriumov-Gerasimenko.

Da Terra, a mais de 450 milhões de quilômetros de distância, os cientistas da Agência Espacial Europeia (ESA) tentavam há mais de um mês “ouvir” um possível sinal de vida a partir de Philae pela sonda Rosetta.

A sonda europeia Rosetta está agora a uma centena de quilômetros do cometa.

Após viajar por dez anos em companhia da sonda e percorrer mais de 6 bilhões de quilômetros, Philae conseguiu pousar no cometa, mas a aterrissagem não foi fácil. Após alguns solavancos, ele estacionou entre falésias, em um local com pouca exposição ao sol.

Equipado com painéis solares e tendo trabalhado por cerca de 60 horas, apagou por falta de energia.

À medida que o cometa se aproximou do Sol, o robô conseguiu aproveitar a maior exposição à luz solar para recarregar as baterias.

Philae precisa de uma temperatura interna acima de 45°C abaixo de zero e pelo menos 5 watts para ligar automaticamente.

“Ficamos surpresos que tenha acontecido esta noite”, disse à AFP Patrick Martin, que chefia a missão Rosetta.

Os dois minutos de comunicação entre Philae e Rosetta foram “suficientes para confirmar que Philae está saudável e que seus subsistemas estão OK em termos de energia e temperatura”, indicou Martin.

“Philae está muito bem, com uma temperatura de operação de -35 graus Celsius e 24 watts de potência”, explicou Ulamec.

Philae já enviou dados, que os cientistas vão agora analisar.

Na memória de Philae estão armazenados pacotes de dados, que darão informações aos cientistas sobre o que aconteceu nos últimos dias ao robô.

A missão Rosetta busca decifrar a evolução do sistema solar desde seu nascimento, sendo os cometas considerados vestígios da matéria primitiva.

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