Advogado afirma que tentativa de destituir presidente chileno se baseia 'em fatos falsos'
A acusação para destituir Sebastián Piñera no Congresso se baseia "em fatos falsos", afirmou nesta sexta-feira o advogado do presidente chileno, após defendê-lo perante a comissão de deputados que estuda o caso.
“Trata-se de uma acusação constitucional baseada em fatos falsos ou que foram relatados de forma ardilosa e distorcida”, disse o advogado Jorge Gálvez a jornalistas no Congresso, após participar de uma sessão pública de três horas ante a comissão, formada por três deputados opositores e dois governistas.
A comissão estuda a acusação feita por todas as bancadas de esquerda pela venda polêmica da mineradora Dominga pelos filhos de Piñera, revelada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ).
“Tentarei persuadir esta comissão a recomendar em seu relatório a rejeição dessa acusação, uma vez que a mesma carece de qualquer argumento factual e jurídico”, acrescentou Gálvez, que concluirá sua apresentação à comissão neste sábado.
O advogado negou que Piñera "tenha interferido na decisão de venda do projeto" e descartou que o mesmo tenha favorecido a Dominga ao não tomar nenhuma medida de proteção ambiental.
Uma vez concluída a exposição da defesa, a comissão terá seis dias para preparar um relatório não vinculante, no qual deve recomendar se acata ou não a acusação. O documento será entregue aos 155 deputados da Câmara, que votarão em seguida a acusação contra Piñera.
Se aprovada, a causa passa ao Senado - onde existe um equilíbrio maior de forças entre governistas e opositores -, que deverá atuar como júri.
Paralelamente à acusação no Congresso, o Ministério Público do Chile abriu uma investigação criminal sobre o caso.