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Almagro pede à comunidade internacional mais sanções contra Caracas

Geral da Organização de Estados Americanos (OEA) durante fórum sobre ondas irregulares de migração nas Américas em 12 de setembro, em San José, Costa Rica afp_tickers

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, pediu nesta segunda-feira (25) mais sanções contra o governo de Nicolás Maduro, ao denunciar o que considerou de “a consolidação do regime ditatorial na Venezuela”.

“Reiteramos a solicitação que formulamos no passado para que a comunidade internacional continue aplicando sanções cada vez mais duras contra o regime e autoridades do regime”, informou Almagro, no quarto informe da Secretaria da OEA sobre a crise política venezuelana.

Maduro instalou em 4 de agosto uma Constituinte com poderes absolutos, não reconhecida pela oposição, nem por vários países latino-americanos, pelos Estados Unidos e pela União Europeia.

Pela aprovação da Constituinte, Estados Unidos e Canadá impuseram sanções financeiras ao governo Maduro, além de dispor medidas específicas contra o presidente e vários integrantes de seu governo.

O documento de Almagro, de 49 páginas, destaca que a democracia foi “completamente eliminada em 30 de julho” no país, com “a instauração de uma ilegítima Assembleia Constituinte”.

“A Secretaria Geral da OEA vem documentando, denunciando e apresentando provas da alteração da ordem constitucional e das agressões contínuas à institucionalidade na Venezuela”, indicou o texto.

Em um vídeo publicado no Twitter junto com o relatório, Almagro disse que nos três informes prévios da Secretaria Geral (de junho de 2016, e março e julho passado) buscaram mostrar como da “alteração da ordem constitucional” foi passando à “total ruptura da ordem democrática”.

No terceiro relatório, Almagro condenou, ainda, a repressão aos opositores na Venezuela, onde 125 pessoas morreram entre abril e julho no âmbito das manifestações antigovernamentais.

“Na Venezuela violentaram-se de forma sistemática e reiterada os elementos essenciais e os componentes fundamentais da democracia como os define a Carta Democrática Interamericana”, destacou Almagro em seu quarto informe, reivindicando aos países da OEA emitir uma “condenação rotunda” do governo venezuelano.

A OEA em seu conjunto não conseguiu ainda alcançar uma posição unitária sobre a situação na Venezuela, apesar de 13 países-membros do organismo terem emitido, no fim de julho, uma declaração exortando o governo venezuelano a abandonar a ideia da Constituinte.

Maduro anunciou em abril a saída de seu país da OEA, um processo que levará dois anos.

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