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Araújo acusa Cuba de “manter a ditadura de Maduro”

Chanceler Ernesto Araújo fala durante coletiva de imprensa na embaixada do Brasil em Washington DC, em 7 de fevereiro de 2019. afp_tickers

“O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, culpou Cuba na quinta-feira por manter a ditadura de Nicolás Maduro na Venezuela e observou que o apoio de Caracas a Havana é parte do problema e deve ser levado em conta.

Em coletiva de imprensa em Washington, Araújo afirmou que o Brasil concorda “totalmente” com a opinião dos Estados Unidos de que Cuba é uma influência negativa para a democracia na Venezuela.

“Concordamos totalmente que Cuba tem um papel, um papel infeliz, em manter a ditadura de Maduro no poder e que isso é parte do problema e deve ser abordado”, disse ele quando questionado sobre o assunto.

“Provavelmente Maduro não estaria mais no poder se não fosse apoiado pelas forças cubanas na Venezuela, então essa é uma grande parte do problema, é uma pena que Cuba esteja apoiando tal regime”, acrescentou.

Na sexta-feira, o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, disse em um evento em Miami, lar do exílio anti-Castrista, que Maduro perdeu o apoio dos venezuelanos e “está começando a perder o apoio dos militares” e que se continua no poder é pela ajuda que recebe da “Cuba comunista”.

“Chegou a hora de libertar a Venezuela de Cuba”, disse ele, denunciando a “influência maligna” de Havana.

Cuba foi um dos primeiros países a dar seu “forte apoio” a Maduro em 23 de janeiro, pouco depois de Juan Guaidó, chefe do Parlamento venezuelano democraticamente eleito em 2015, proclamar-se presidente interino invocando poderes constitucionais.

A estreita relação entre a Venezuela e Cuba começou com o falecido líder venezuelano Hugo Chávez, presidente entre 1999 e 2013, e representou uma importante ajuda econômica para a ilha depois de um período de pressão econômica após a queda da União Soviética, seu principal parceiro comercial na Guerra Fria.

Após a posse do presidente brasileiro Jair Bolsonaro no início de janeiro, Araújo se reuniu com o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, e ambos prometeram construir uma “parceria muito mais intensa” entre seus países e lutar juntos contra “regimes autoritários”, como os de Cuba e Venezuela.

Trump disse que “todas as opções estão na mesa” para “restaurar a democracia” na Venezuela, mas Araújo descartou uma intervenção militar.

“O Brasil está convencido de que, por meios políticos e diplomáticos, podemos realmente promover uma solução democrática”, disse ele.

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