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Argentina afirma que fundos especulativos só querem extorquir

O ministro da Economia argentino, Axel Kicillof afp_tickers

A Argentina endureceu nesta terça-feira suas críticas contra os fundos especulativos que ganharam a disputa nos tribunais americanos, ao afirmar que “são só extorsores” em uma nota do ministro de Economia divulgada pela presidente Cristina Kirchner.

“Os fundos abutres não são vítimas, são só extorsores”, diz a carta assinada pelo ministro Axel Kicillof, divulgada pela presidente Kirchner no Twitter.

A nota se dirige a Jay Newman, administrador de carteiras no fundo Elliot Management Corporation, em resposta a um artigo publicado segunda-feira no jornal The Financial Times no qual garantiu que “os holdouts (credores da dívida em default) estão abertos ao compromisso” mas que a Argentina teria ignorado as tentativas de diálogo.

O ministro afirmou que “é um paradoxo que um fundo abutre como o Elliot tente limpar sua reputação assumindo a representação dos aposentados e dos credores dos bônus da dívida em moratória”.

Kicillof acusou Newman de “tentar retratar a Argentina como um país que não negocia. Isso é completamente falso”. O ministro lembrou as duas renegociações da dívida em 2005 e 2010 que chegaram a 92,4% de aceitação entre os credores da dívida suspensa desde 2001.

Na longa carta, o ministro advertiu que os fundos especulativos, que a Argentina chama de “abutres” porque compraram a dívida já em default, “não são os credores de boa fé aos países emergentes. São o que são: abutres judiciais e financeiros”.

O ministro reiterou que o país solicitou ao juiz Thomas Griesa, que conduz o caso, “que restabeleça a suspensão da sentença” enquanto o país negocia com os litigantes, ao que se opuseram os fundos.

“Isso mostra sua verdadeira cara: não querem negociar. Desse modo, acreditam que podem obter tudo o que querem ou forçar a Argentina ao default”.

“Os fundos abutres nunca quiseram cumprir com os termos aceitados pela imensa maioria dos credores”, afirma a carta.

A renegociação proposta pela Argentina, com o pagamento de até 70%, foram de aceitação voluntária.

Kicillof se reuniu na última segunda-feira em Nova York com o mediador judicial designado por Griesa, Daniel Pollack. Outra reunião acontecerá na próxima sexta-feira.

Caso não chegue a um acordo, a Argentina corre o risco de entrar em uma nova moratória quando for esgotado o prazo de carência em 30 de julho para o pagamento bloqueado por Griesa aos credores da dívida reestruturada.

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