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Ataques israelenses deixam oito mortos em Gaza; Egito busca trégua

(13 ago) Casas destruídas no norte da Faixa de Gaza afp_tickers

A diplomacia egípcia se esforçava nesta segunda-feira para fazer Israel e o Hamas entrarem em acordo sobre uma trégua em Gaza, onde novos ataques aéreos israelenses deixaram oito palestinos mortos.

O Cairo, vizinho e mediador habitual, propôs um novo cessar-fogo em Gaza para deter uma guerra que em 49 dias deixou mais de 2.100 mortos do lado palestino, 70% deles civis, segundo a ONU, e 68 do lado israelense, incluindo 64 soldados.

“A ideia é um cessar-fogo temporário que autorize a abertura de postos fronteiriços, permitindo a entrada de ajuda humanitária e de material de construção. Os pontos litigiosos serão abordados em um mês”, disse uma fonte palestina à AFP.

“Estamos dispostos a aceitar, mas esperamos a resposta israelense à proposta”, acrescentou a fonte, que pediu para não ser identificada.

Segundo outro alto funcionário palestino, os egípcios devem pedir que ambas as partes retomem as negociações em 48 horas.

“Estão sendo feitos esforços para alcançar um acordo”, confirmou à AFP um porta-voz do Hamas em Gaza, Sami Abu Zuhri.

Daud Shihab, porta-voz da Jihad Islâmica, segunda força de Gaza que participa das negociações indiretas, advertiu que “o êxito dos contatos vai depender de se as exigências palestinas serão ou não levadas em conta”.

Mark Regev, porta-voz do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, não quis fazer comentários e limitou-se a repetir a posição de que Israel não negociará enquanto forem mantidos os disparos de foguetes palestinos.

Há semanas, o Egito atua como mediador em busca de uma paz duradoura entre Israel e o movimento islamita palestino Hamas.

O último cessar-fogo entrou em vigor no dia 11 de agosto e foi respeitado durante nove dias. Durante esse tempo, os egípcios tentaram convencer os dois lados a aceitar uma trégua prolongada.

Mas as negociações, indiretas – já que Israel nega-se a dividir a mesma mesa com os delegados do Hamas -, esbarraram em exigências até agora irreconciliáveis: as garantias de segurança dos israelenses e o fim do bloqueio israelense por parte dos palestinos.

Israelenses e palestinos retomaram as hostilidades no dia 19 de agosto, com intensos ataques aéreos, de um lado, e foguetes e morteiros, de outro. Desde então 109 palestinos e um israelense morreram.

Nesta segunda-feira, oito palestinos morreram em ataques israelenses contra Gaza, entre eles uma mãe e seu filho de três anos, em ataques israelenses, segundo fontes médicas.

Em Beit Furik, no norte da Cisjordânia, um adolescente palestino baleado na sexta-feira por soldados israelenses durante uma manifestação em solidariedade a Gaza faleceu nesta segunda.

De acordo com a ONU, pelo menos 20 palestinos morreram na Cisjordânia desde o início da campanha israelense em Gaza, no dia 8 de julho.

Incerteza no horizonte

O Exército israelense indicou nesta segunda-feira que havia bombardeado cerca de 30 alvos e que 71 foguetes lançados a partir da Faixa de Gaza tinham caído em território israelense, sem deixar vítimas.

Segundo testemunhas, os aviões israelenses destruíram duas mesquitas, uma em Beit Hanun, no norte do enclave, e a outra na cidade de Gaza.

No domingo, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu advertiu que a campanha “Barreira Protetora” seguirá “até que seu objetivo tenha sido alcançado, o que pode levar algum tempo”.

De acordo com Netanyahu, Israel pode manter as operações após o início do ano letivo, na próxima segunda-feira.

O detalhe é importante, já que a opinião pública teme que as crianças do sul de Israel voltem às aulas sob a ameaça dos foguetes de Gaza.

Em Gaza, a guerra impediu a volta às aulas de meio milhão de crianças palestinas no domingo, como estava previsto, segundo várias organizações humanitárias.

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