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Atentado com caminhão-bomba deixa 15 mortos na Nigéria

Veículo em chamas após a explosão em Maiduguri afp_tickers
Este conteúdo foi publicado em 01. julho 2014 - 17:07
(AFP)

Pelo menos 15 pessoas morreram nesta terça-feira na explosão de um caminhão-bomba em Maiduguri, no nordeste da Nigéria, no mais recente ataque nesta área, atingida com frequência pelas ações do grupo radical Boko Haram.

A bomba atingiu um área movimentada de Maiduguri, perto do popular "Mercado de Segunda-feira", causando uma grande bola de fogo, de acordo com testemunhas.

Idosas que vendiam amendoins e nozes nas proximidades estavam entre as vítimas, assim como as meninos de rua.

O Ministério da Defesa informou pelo Twitter que um "artefato explosivo improvisado" havia sido detonado em um caminhão carregado com carvão e que a área estava isolada pelas forças de segurança.

"Foi um espetáculo sangrento quando chegamos lá", declarou Karuna Kolo, que mora perto do mercado e que chegou ao local pouco depois da explosão. "Muitas pessoas estavam em chamas", disse.

Uma multidão tentou atacar os bombeiros que trabalhavam no local, acusando-os de ter demorado para chegar, o que tornou ainda mais difícil controlar o incêndio, de acordo com várias testemunhas.

Vítimas decapitadas

As vítimas foram levadas para o Hospital Especializado Central, onde um fotógrafo da AFP observou os corpos de 15 pessoas mortas na explosão, enquanto testemunhas informaram que o número de mortes pode ser muito maior.

De acordo com Aliyu Aliyu, que se identificou como integrante da força de vigilância que trabalha com o Exército para ajudar a combater o grupo Boko Haram, a explosão foi tão forte que lançou partes de corpos humanos sobre os telhados das construções próximas.

Algumas vítimas foram encontradas sem cabeças e membros.

Embora nenhum grupo tenha reivindicado o ataque até o momento, provavelmente a culpa recairá sobre o Boko Haram, fundado em Maiduguri há mais de uma década.

O grupo é considerado responsável pela morte de milhares de pessoas em cinco anos de revolta contra o governo.

Os ataques na cidade eram quase diários, mas uma grande ofensiva do Exército lançada em 2013 e apoiada pelos vigilantes conseguiu algum êxito em manter os insurgentes fora da cidade, levando-os a se abrigar nos cantos remotos do estado de Borno, do qual Maiduguri é a capital.

Mas estas conquistas parecem ter sido perdidas após uma série de ataques na cidade neste ano tendo como alvo civis e os serviços de segurança.

Uma bomba destruiu um mercado lotado em janeiro. Em março, centenas de islamitas invadiram o quartel de Giwa, em Maiduguri, uma prisão do Exército, e libertaram muitos de seus combatentes.

Os insurgentes também sequestraram mais de 200 estudantes em abril da cidade de Chibok, em Borno, provocando uma onda de indignação internacional.

O ataque desta quinta ocorreu menos de 24 horas depois de o Exército ter anunciado o fim de uma célula de inteligência do Boko Haram e a prisão de seu líder, suspeito de participação no sequestro das jovens.

Espião islamita

Um comunicado do Exército informou que as tropas haviam descoberto a célula dirigida por um empresário que participou ativamente do sequestro.

Das 276 meninas sequestradas, 57 escaparam, enquanto as outras 219 ainda continuam desaparecidas.

O empresário, identificado como Babuji Ya’ari, que também foi membro de um grupo civil jovem que atuava com o Exército, popularmente conhecido como Civilian JTF (Joint Task Force), teria utilizado sua posição para acobertar os serviços que prestava aos militantes, indicou o Exército.

O primeiro semestre deste ano tem sido o período mais violento do Boko Haram, com mais de 2.000 mortes causadas por ações do grupo.

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