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Atores armados na Colômbia se antecipam a cenário de paz com as Farc

O presidente colombiano, Juan Manuel Santos (E), o presidente cubano, Raúl Castro (C) e o líder das Farc, Timochenko (D), em Havana, no dia 23 de setembro de 2015 afp_tickers

Os atores armados na Colômbia estão adaptando-se e antecipando-se ao cenário que surgirá após a assinatura da paz entre o governo e as Farc, gerando novos “desafios” humanitários, disse nesta sexta-feira o escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha).

“Ainda existem atores que geram situação humanitária, assim como novas dinâmicas de violência”, disse o chefe da Ocha na Colômbia, Gerard Gómez, durante a apresentação do relatório “O impacto humanitário das novas dinâmicas do conflito armado e da violência em diversas regiões da Colômbia.

“Desde que iniciaram os diálogos de paz no ano 2012 foram feitas certas mudanças na dinâmica do conflito e uma reacomodação na ação dos atores, ligado a lógicas territoriais e vinculadas em muitos casos ao controle dos recursos e das rotas das economias ilegais”, disse o codiretor do Instituto de Estudos sobre Conflitos e Ação Humanitária (Iecah), Francisco Rey Marcos.

Segundo Rey, por enquanto “nenhum ator” ocupou o terreno das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que no auge das negociações decretaram um cessar fogo unilateral, respondido pelo governo com um fim de bombardeios.

De acordo com o relatório, as disputas entre outros atores aumentaram as ameaças à população, as restrições à mobilidade, e limitando o acesso a bens e serviços básicos.

Também assinala que os grupos armados pós-desmobilizados (GAP), surgidos após o desarme dos paramilitares, “são os responsáveis da maioria das violações dos direitos humanos e do Direito Internacional Humanitário (DIH) e é previsível que sigam atuando em um contexto de pós-acordo”.

No primeiro semestre o Ocha registrou 388 ameaças, 52% a mais que nos primeiros seis meses de 2015. Os GAP são os principais responsáveis, com uma participação de 35%, seguidos pelo ELN (13%) e pelas Farc (5%).

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