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Boeing tenta chegar à estação espacial ISS anos depois da SpaceX

Foguete United Launch Alliance Atlas V, com a cápsula Boeing Starliner na parte superior, antes de um voo-teste, em Cabo Cañaveral, Flórida, em 18 de maio de 2022 afp_tickers
Este conteúdo foi publicado em 19. maio 2022 - 20:13
(AFP)

Depois de anos de fracassos e adiamentos, a companhia aeronáutica americana Boeing tentará voltar à concorrência com a SpaceX para servir de "táxi" espacial para a Nasa, com o lançamento nesta quinta-feira (19) de sua cápsula Starliner, em um voo-teste dirigido à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).

O lançamento a partir da base de Cabo Cañaveral, na Flórida, está previsto para as 18h54 locais (19h54 em Brasília). A Starliner será propulsada por um foguete Atlas V da United Launch Alliance (ULA), e se acoplará à ISS cerca de 24 horas depois.

Este voo-teste sem tripulação está destinado a determinar se a cápsula será capaz de transportar humanos. Já tinha sido testado, mas sem sucesso, em 2019, quando a nave teve que retornar à Terra antes do tempo, evitando uma catástrofe.

Depois, em agosto de 2021, um novo teste teve que ser cancelado pouco antes do lançamento, devido a um problema de válvulas detectado durante as verificações finais.

Enquanto isso, a SpaceX já realizou com sucesso os seus próprios testes e começou a transportar astronautas da Nasa em missões regulares.

No total, a empresa do bilionário Elon Musk já transportou 18 astronautas com sua própria cápsula, a Dragon, assim como quatro turistas espaciais que pagaram para estar em uma missão.

Contudo, a Nasa quer diversificar suas opções para não voltar a correr o risco de ficar sem meios de transporte americanos, como aconteceu depois do encerramento das missões de transportadores espaciais em 2011. Até o surgimento da SpaceX, a agência espacial americana se viu obrigada a pagar por vagas de tripulantes nos foguetes Soyuz da Rússia.

O lançamento desta quinta-feira é "um passo crucial" para se obter "dois veículos que transportem tripulações de forma regular", disse na terça-feira Dana Weigel, subdiretora do programa ISS da Nasa, em uma coletiva de imprensa. A dirigente destacou que foi assinado um contrato de preço fixo tanto com SpaceX quanto com a Boeing.

- Acoplagem delicada -

No teste desta quinta, uma boneca chamada Rosie será colocada no assento do comandante. Ela está equipada com 15 sensores, destinados a recolher informação sobre os movimentos da estrutura.

A Starliner também transporta cerca de 230 kg de suprimentos para a estação, que orbita a Terra a uma altitude de aproximadamente 400 quilômetros.

A aproximação à ISS na sexta, por volta das 20h00 (horário de Brasília), será acompanhada de perto pelos astronautas a bordo da estação. Primeiro, ordenarão que a cápsula se estabilize a cerca de 250 metros de distância, antes de proceder com a delicada manobra de contato e acoplagem. Horas depois, a escotilha da cápsula será aberta.

A Starliner deverá permanecer acoplada à ISS durante cinco dias, antes de retornar à Terra para pousar em pleno deserto do estado do Novo México, no oeste de Estados Unidos, na base de White Sands.

- Contratempos em sequência -

O desenvolvimento do projeto Starliner acabou se transformando em uma longa epopeia cheia de obstáculos.

Em 2019, a cápsula não pôde entrar na órbita correta devido a um problema com seu relógio e teve que retornar à Terra depois de dois dias. A Boeing depois detectou que outros problemas de software quase provocaram uma anomalia grave de voo.

A Nasa prescreveu uma longa lista de recomendações e modificações para serem realizadas.

Depois, em 2021, quando o foguete já estava na plataforma de lançamento para tentar uma nova decolagem, um problema de umidade provocou uma reação química que bloqueou a abertura de certas válvulas na cápsula e o equipamento teve que voltar às oficinas para inspeções durante 10 meses.

O problema foi resolvido isolando hermeticamente as novas válvulas, com o objetivo de evitar a entrada de umidade, explicou na terça-feira Mark Nappi, gerente da Boeing. No entanto, para o futuro, outras soluções de prazo mais longo, inclusive uma mudança no projeto, já estão sendo avaliadas pelos especialistas.

Muita coisa está em jogo para a companhia, que espera poder realizar um primeiro voo tripulado no fim do ano. Esta segunda missão de teste será fundamental para obter finalmente a aprovação da Nasa.

Mas o cronograma exato dependerá do desempenho da cápsula nesta semana, que, ao mesmo tempo, pode recuperar um pouco a imagem da Boeing, bastante prejudicada pelos contratempos em sequência.

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