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Bolívia aguarda resultado de eleição que aponta tendência de 2º turno

Opresidente boliviano, Evo Morales, discursa ao lado de seu vice-presidente Álvaro Garcia Linera em La Paz afp_tickers
Este conteúdo foi publicado em 21. outubro 2019 - 09:05
(AFP)

Os resultados preliminares das eleições presidenciais da Bolívia apontam a tendência de segundo turno entre o presidente Evo Morales e o opositor Carlos Mesa.

Com 84% das urnas apuradas, Morales, que busca o quarto mandato consecutivo, tem 45,28% dos votos, contra 38,16% de Mesa.

O candidato opositor celebrou o resultado.

"Realizamos um triunfo inquestionável que nos permite dizer com absoluta certeza e segurança, tanto pela informação da mídia quanto pelo nosso próprio cálculo interno: estamos no segundo turno", declarou.

Confiante nos votos da área rural e do exterior, que ainda não foram apurados, Morales, 59 anos, cantou vitória no domingo, sem fazer referência a um eventual segundo turno.

"O povo boliviano se impôs para continuar com o processo de mudança", disse o presidente na sede do governo em La Paz.

Os resultados, no entanto, permaneciam estacionados em 84%, sem uma explicação do Tribunal Eleitoral.

"É fundamental que o TSE explique por que motivo interrompeu a transmissão dos resultados preliminares e que o processo de publicação dos dados da apuração acontece de maneira fluida", escreveu no Twitter a missão de observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Em um clima de suspense, Mesa advertiu, também no Twitter: "Não vamos permitir que se manipule um resultado que obviamente nos leva ao segundo turno".

Para vencer no primeiro turno, Morales precisa alcançar 40% dos votos válidos e ter uma vantagem de pelo menos 10 pontos sobre Mesa.

O analista Iván Arias considerou garantido o segundo turno, previsto para 15 de dezembro e que seria algo inédito na Bolívia.

A cientista política María Teresa Zegada foi mais cautelosa: "Eu realmente não me animaria a tirar nenhuma conclusão com estes dados".

O analista político Carlos Borth seguiu a mesma linha e disse que com 84% da urnas "abriria o segundo turno, mas recordou que será importante contar os votos nas províncias mais remotas e no exterior, "onde vai ter um peso muito grande os resultados da Argentina".

"O segundo turno vai depender da evolução destes percentuais", declarou, sem considerar o segundo turno um fato garantido.

Em um cenário de polarização, o segundo turno se transformaria em uma espécie de referendo para Morales sobre seus quase 14 anos de governo, afirmou Mesa, 66 anos, que presidiu o país de 2003 a 2005.

Uma vitória de Morales no primeiro turno pode provocar uma "revolta", segundo integrantes da oposição.

A decisão de Morales de disputar um novo mandato é mal vista por um segmento da população e muito criticada pela oposição, que considera que uma vitória do presidente colocaria a Bolívia no caminho da autocracia.

Morales, 59 anos, foi beneficiado por uma decisão do Tribunal Constitucional de 2017 que o habilitou a disputar a reeleição de modo indefinido, alegando que este é um direito humano, apenas um ano depois da derrota do presidente em um referendo que consultou a população sobre o tema.

A posse presidencial está prevista para 22 de janeiro de 2020.

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