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Bolsonaro e Fernández: primeiro encontro deve ocorrer em 1º de março no Uruguai

O ministro das Relações Exteriores brasileiro, Ernesto Araújo, à direita, recebe o chanceler argentino Felipe Solá no Palácio Itamaraty, em Brasília afp_tickers
Este conteúdo foi publicado em 12. fevereiro 2020 - 23:56
(AFP)

O presidente Jair Bolsonaro e o mandatário argentino Alberto Fernández devem se encontrar no próximo 1º de março em Montevidéu, em um sinal de trégua após meses de tensão entre os dois países, informou nesta quarta-feira (12) o ministro das Relações Exteriores argentino Felipe Solá, em Brasília.

O encontro, proposto por Bolsonaro, deve ser realizado próximo a cerimônia de posse do presidente uruguaio Luis Lacalle Pou, revelou Solá, após ser recibido por Bolsonaro.

Bolsonaro enviou "um abraço para o presidente (Fernández) e disse esperar vê-lo no dia 1º de março", acrescentou.

O presidente brasileiro apoiou abertamente no último ano o presidente Mauricio Macri durante as eleições argentinas, derrotado por Fernández, político de centro-esquerda.

Temeroso de que Fernández, herdeiro de uma economia que vive uma grande crise, adote políticas protecionistas, o governo Bolsonaro chegou a ameaçar deixar o Mercosul, formado também pelo Paraguai e Uruguai.

O presidente argentino, por sua vez, se pronunciou várias vezes a favor da liberdade do ex-presidente Lula.

- Argentina em busca de amigos diante do FMI -

Antes de ser recebido por Bolsonaro, Solá se encontrou com o ministro brasileiro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, a quem solicitou o apoio do Brasil na negociação de sua dívida com o FMI.

"Pedimos aos nossos irmãos brasileiros que também nos apoiem da maneira que puderem no FMI (Fundo Monetário Internacional)", disse à imprensa o ministro das Relações Exteriores da Argentina, Felipe Solá, depois de se encontrar com seu colega Ernesto Araújo.

"É o primeiro passo de uma etapa, de uma escada que continua, caso cheguemos a um bom acordo (...) Pedimos tempo para crescer e pagar, não voltaremos a cair em default como governo argentino", explicou o chanceler.

"O futuro da Argentina precisa dessa negociação com a frente externa e condiciona ao momento de pensar no futuro. Esse condicionamento influenciou para que não tivéssesmos uma ratificação imediata do acordo entre a União Europeia e o Merscosul", acrescentou.

O acordo entre o Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) e a UE foi alcançado em junho, mas ainda precisa ser ratificado pelos parlamentos dos países membros dos dois blocos.

Solá também disse que os dois governos compartilham a "intenção de instalar o Mercosul como uma marca atraente" e defendeu que o bloco "deve fazer acordos com outros países para crescer".

"Vamos tentar não ser um obstáculo para a possibilidade de avanços", disse.

- Venezuela -

Solá tratou de falar sobre as suspeitas de que a Argentina poderia ter uma iniciativa radical diante da crise venezuelana, retirando o apoio ao opositor Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino por cerca de 50 países, entre eles o Brasil.

"Nós não somos a favor de Maduro, somos a favor da democracia, assim como o Brasil", afirmou Solá a jornalistas.

"A democracia implica uma quantidade de obrigações, mas também necessita da paz, que não corra sangue na Venezuela. Não temos a mesma metodologia que o Brasil, mas temos o mesmo objetivo", acrescentou.

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