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Brasil supera 40 mil mortos e 800 mil infectados por coronavírus

Banhistas passam por 100 túmulos simulados cavados por ativistas da ONG Rio de Paz, simbolizando as mortes por coronavírus no Rio de Janeiro, em 11 de junho de 2020, no dia em que o Brasil supera 40.000 mortos por COVID-19. afp_tickers

O Brasil superou nesta quinta-feira 40 mil mortos pelo novo coronavírus e 800 mil casos confirmados, segundo o balanço mais recente do Ministério da Saúde.

O país registra 40.919 óbitos, 1.239 deles nas últimas 24 horas, e 802.828 infectados, a segunda cifra mais alta do mundo, atrás dos Estados Unidos. Especialistas consideram que as cifras oficiais estão muito abaixo da realidade, devido à falta de testes para detectar a doença.

O país registra 195 mortos de Covid-19 por milhão de pessoas, segundo o Ministério da Saúde, contra 324 nos Estados Unidos e 565 na Itália.

O estado de São Paulo superou hoje a marca simbólica de 10 mil mortos (10.145), somando 162.520 casos confirmados. As cifras não impediram a reabertura dos shoppings, com restrições e horários reduzidos, na véspera do Dia dos Namorados. Ontem, o comércio de rua já havia reaberto, provocando aglomerações nas zonas comerciais mais populares.

– Túmulos em Copacabana –

Os shoppings também reabriram no Rio de Janeiro, segundo estado mais afetado pela pandemia, com 7.363 mortos e 75.775 casos confirmados. Na entrada, seguranças mediam a temperatura dos clientes e apenas um terço das vagas de estacionamento estavam liberadas.

Durante a manhã, na Praia de Copacabana, a ONG Rio de Paz cavou simbolicamente uma centena de túmulos na areia, para homenagear os mortos pela doença e protestar contra as autoridades do país. “Estamos aqui para pedir uma mudança de atitude do presidente da república, que tem que entender que o nosso país enfrenta o momento mais difícil de sua história”, declarou o presidente da ONG, Antônio Carlos Costa.

Autoridades brasileiras anunciaram nesta quinta-feira um acordo com o laboratório chinês Sinovac Biotech para produzir sua vacina contra o coronavírus no estado de São Paulo, onde testes com 9.000 voluntários devem começar no próximo mês.

O governador João Doria disse em entrevista coletiva que o Instituto Butantan, principal centro de pesquisa do Brasil, chegou a um acordo de transferência de tecnologia com a Sinovac Biotech. “Os estudos mostram que a vacina pode ser distribuída até junho de 2021”, se os testes forem conclusivos, disse Doria. “Esse acordo nos permitiria produzir em grande escala e imunizar milhões de brasileiros”.

A Sinovac Biotech, um dos quatro laboratórios chineses autorizados a realizar testes clínicos de vacinas, disse há um mês que estava preparado para produzir 100 milhões de doses da vacina, sob o nome comercial Coronavac.

Em São Paulo, 9.000 voluntários receberão doses desta vacina a partir de meados de julho, na terceira e última fase dos testes. Na semana passada, a Universidade Federal de São Paulo anunciou que uma vacina que está sendo desenvolvida pela Universidade de Oxford será testada em 2.000 voluntários brasileiros a partir de meados de junho.

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