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Brasil supera as 5.000 mortes pelo novo coronavírus (oficial)

(Arquivo) Equipe da Marinha desinfeta o Aeroporto Internacional Tom Jobim, Galeão, no Rio de Janeiro afp_tickers
Este conteúdo foi publicado em 28. abril 2020 - 20:50 minutos
(AFP)

O Brasil superou nesta terça-feira (28) as 5.000 mortes pelo novo coronavírus, após registrar nas últimas 24 horas um recorde de 474 óbitos, e o número de contágios chegou a 71.886, informou nesta terça-feira (28) o ministério da Saúde.

O país soma 5.017 mortes pela COVID-19, a maior cifra da América Latina, superando a China em número de falecidos, que teve 4.633 mortes, segundo o balanço diário oficial.

Com mais de 210 milhões de habitantes, o país chegou a um novo recorde, mas segundo os especialistas o número de casos da COVID-19 poderia ser entre 12 a 15 vezes maior por causa do grande número de casos não detectados, devido ao baixo número de testes.

O ministério da Saúde indicou que outras 1.156 mortes estão em investigação.

O estado de São Paulo, o mais atingido pela doença, soma 2.049 mortes, cerca de 40% do total do país, além de 24.041 casos, mais de um terço do total, seguido por Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco e Amazonas.

O ministro da Saúde, Nelson Teich, admitiu que há "agravamento da situação" no Brasil.

Mas Teich ressaltou que o agravamento "continua restrito" a algumas cidades que estão enfrentando as "maiores dificuldades", como Manaus, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo.

Ao ser perguntado sobre o recorde de mortes, o presidente Jair Bolsonaro respondeu: "E daí?! Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre", disse, em referência ao próprio nome.

Logo em seguida, Bolsonaro mudou o tom: "Lamento a situação que nós atravessamos com o vírus. Nos solidarizamos com as famílias que perderam seus entes queridos, que a grande parte eram pessoas idosas.Mas é a vida. Amanhã vou eu. Logicamente, a gente quer ter uma morte digna e deixar uma boa história para trás".

Bolsonaro, que chamou a COVID-19 de "gripezinha", tem a intenção de flexibilizar o isolamento social para evitar consequências irreversíveis para a economia.

Os governadores dos estados afirmam que a medida de isolamento continua sendo necessária diante da saturação do sistema de saúde, embora alguns tenham flexibilizado algumas medidas ou estudam fazer isso nas próximas semanas.

Bolsonaro demitiu o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, por ele se opor à flexibilização do confinamento. Ele o substituiu pelo oncologista Nelson Teich.

Teich afirmou nesta semana que as medidas de isolamento não serão modificadas de um dia para o outro.

Segundo a Articulação de Povos Indígenas do Brasil (APIB), o número de indígenas falecidos subiu para 15 na segunda-feira, um salto de 50% nos últimos cinco dias. O número de contágios, por sua vez, chegou a 89.

Os indígenas fazem parte de um dos grupos mais vulneráveis ao vírus, já que historicamente foram dizimados por vírus importados.

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