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Cerca de 20 vítimas da COVID-19 são enterradas em vala comum na Bolívia

Funcionários do cemitério geral de Cochabamba, Bolívia, cavam valas comuns para sepultar vítimas da COVID-19, em 2 de julho de 2020 afp_tickers

Cerca de 20 corpos de pessoas vítimas da COVID-19 foram sepultados em uma vala comum em um cemitério de Oruro, no sudoeste da Bolívia, informaram nesta quarta-feira (29) funcionários locais.

O administrador da estatal Caixa Nacional de Saúde (CNS), José Verduguez, disse à rede de televisão ATB ter adotado a medida porque os corpos “estavam praticamente empilhados” no necrotério havia uns quinze dias, “formando um foco infeccioso porque os familiares não recolhiam os cadáveres”.

A omissão dos familiares ocorre em geral por falta de crematórios ou espaço nos cemitérios ou porque algumas famílias não têm simplesmente os recursos financeiros para fazer os trâmites e seguir os protocolos biossanitários exigidos para o funeral.

Os corpos foram sepultados cumprindo “todos os protocolos técnicos e jurídicos”, informou o secretário-geral do município de Oruro, Marcelo Cortez.

“De acordo com a lei, quando uma pessoa falece e não tem os ritos funerários respectivos, o governo municipal deve habilitar um espaço específico”, destacou.

Enquanto isso, uma dezena de familiares de falecidos protestou contra a medida na Praça de Armas de Oruro, cidade andina a 230 km de La Paz.

Verduguez explicou que o necrotério do Hospital Operário desta cidade tinha capacidade para abrigar apenas quatro corpos e que no fim de semana havia no local mais de vinte.

Oruro registra 2.859 dos mais de 72.000 infectados com o novo coronavírus no país.

Enquanto isso, em Sucre, 690 km a sudeste de La Paz, as autoridades preparam uma vala comum para enterrar ao menos 17 dos 54 corpos que provocaram um colapso nos necrotérios dos hospitais da região.

“Vários familiares concordaram em fazer o enterro correspondente (…) Estamos conversando com os outros familiares para ver quantos podem concordar. Se conseguirmos atender isso, vamos reduzir a quantidade de cadáveres”, declarou o chefe de Epidemiologia do serviço regional de Saúde, Jhonny Camacho, ao jornal Correo del Sur.

O departamento (estado) de Chuquisaca, cuja capital é Sucre, acumula 1.921 contagiados.

As regiões mais castigadas pelo novo coronavírus são Santa Cruz (leste), com mais de 33.000 casos, e La Paz, com cerca de 15.000.

Devido a uma escalada inusitada de infecções pelo vírus nas últimas semanas, as autoridades regionais de La Paz pensam em tomar medidas extremas de confinamento.

“Vai haver uma quarentena rígida, mas a data ainda está em discussão”, antecipou o prefeito de La Paz, Luis Revilla, que está isolado desde a terça-feira em casa com quadro assintomático de COVID-19.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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