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Chilenos preferem especialistas e profissionais para redigir a nova Constituição (estudo)

Manifestantes enfrentam a polícia em Santiago afp_tickers

Os chilenos preferem que os principais constitucionalistas e profissionais redijam a nova Constituição e rejeitam a intervenção de políticos tradicionais, de acordo com uma pesquisa publicada nesta terça-feira (3) sobre o perfil dos membros da próxima Convenção Constitucional.

A pesquisa, realizada pela Ipsos e pelo centro de pesquisas Espacio Público e que teve uma amostra de 602 cidadãos com mais de 18 anos, foi feita entre os dias 19 e 24 de outubro, antes do plebiscito em que 78% dos cidadãos decidiram enterrar o Constituição herdada da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990) e, portanto, elaborar uma nova Carta Magna.

Na mesma consulta, 79% dos eleitores resolveram que uma Convenção Constitucional – eleita na íntegra por membros especialmente escolhidos para a ocasião – seja quem redigirá a nova Constituição.

A outra alternativa, rejeitada, foi uma Convenção Mista também composta por parlamentares.

Em 11 de abril de 2021, ocorrerá a eleição dos 155 membros da Convenção Constitucional.

Visando esta eleição, a pesquisa mostrou que os perfis mais solicitados como constituintes foram os de especialistas constitucionais (53%), profissionais de destaque como médicos, jornalistas ou engenheiros (38%) e lideranças de movimentos de temas como meio ambiente, gênero e diversidade sexual (36%).

Os perfis menos confiantes eram de pessoas com carreira política ou em cargos públicos (52%), celebridades como atores, músicos ou rostos de televisão (42%) e grandes empresários (25%).

Entre os atributos de maior destaque que os constituintes devem ter, segundo os consultados, são o conhecimento das questões constitucionais, a confiabilidade e a capacidade de chegar a acordos.

Da mesma forma, exigem que os candidatos tenham alto nível de escolaridade (77%) e não sejam membros de partidos políticos (59%).

Em relação aos temas essenciais a serem incluídos no novo texto fundamental, o estudo mostrou uma inclinação para temas presentes nas demandas sociais dos protestos do ano passado.

Entre os principais estão: a qualidade da saúde pública (32%), a regulamentação das aposentadorias (29%), a garantia da qualidade da educação (22%), a regulamentação do salário mínimo (20%) e o direito de acesso água e sua não privatização (20%).

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