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Colômbia pede que se evite cruzamento em massa na fronteira com a Venezuela

O presidente colombiano, Juan Manuel Santos (E), e o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, durante reunião sobre a fronteira entre os dois países, em Puerto Ordaz, Venezuela, no dia 11 de agosto de 2016 afp_tickers

A Colômbia pediu nesta sexta-feira que se evite um cruzamento maciço de pessoas na fronteira com a Venezuela no fim de semana, quando será permitida a circulação de pedestres no âmbito da reabertura gradual das passagens limítrofes, que Caracas fechou há quase um ano como medida de segurança.

“O apelo que fazemos nos dias de amanhã e de domingo é que não se aproxime esse grande número de pessoas”, disse Christian Krüger, diretor de migrações do Ministério de Relações Exteriores da Colômbia, em referência aos milhares de venezuelanos que entraram no país em julho quando um corredor humanitário foi habilitado para abastecimento.

A Venezuela, cujo governo decidiu fechar a fronteira com a Colômbia em 19 de agosto de 2015 após um ataque de supostos paramilitares colombianos contra uma patrulha militar venezuelana, vive uma forte crise política e social, com uma escassez de 80% dos alimentos e a inflação mais alta do mundo (180,9% em 2015).

Após uma autorização temporária de Caracas no mês passado, cerca de 150.000 venezuelanos cruzaram a fronteira com a Colômbia em três oportunidades para comprar produtos básicos e medicamentos que não encontram no seu país.

“A fronteira será aberta de forma permanente, por isso não precisam se aproximar todos no mesmo dia”, acrescentou Krüger.

Na quinta-feira, os presidentes da Colômbia, Juan Manuel Santos, e da Venezuela, Nicolás Maduro, concordaram em habilitar cinco passagens, que estarão operativas durante 15 horas diárias.

Segundo Krüger, “por uma questão de segurança” se quer evitar que um “grande número de pessoas volte a se aproximar nesse volume”.

A autoridade migratória espera que o número de transeuntes na passagem limítrofe neste fim de semana seja “bastante menor” que os entre 35.000 e 80.000 cidadãos que cruzaram a fronteira em cada dia dos dois finais de semana de julho.

“O sucesso de todo este processo depende que se continue (…) abrindo a fronteira em outros aspectos importantes, como o de carga e transporte”, afirmou Krüger, acrescentando que os resultados dos primeiros dias poderiam “dar uma data para a abertura permanente”.

Com vistas à reabertura da fronteira, as autoridades de ambos os países estabeleceram a criação de um documento de identidade especial para os moradores desta zona.

Krüger apresentou nesta sexta-feira a carteira migratória, com a qual as autoridades procuram fazer um censo e identificar a população da zona. “Não podemos voltar” a como era há mais de um ano, “quando não havia nenhum tipo de controle”, advertiu.

Além disso, afirmou que as autoridades estabelecerão controles para identificar os estrangeiros que entrarem e ficarem na Colômbia de forma ilegal.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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