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Congresso de Honduras inicia legislatura entre golpes, gritos e rebelião contra Castro

O deputado Rasel Tomé (E) tenta atacar o deputado Jorge Cálix (2-D) após sua posse como presidente provisório do Congresso em Tegucigalpa em 21 de janeiro de 2022 afp_tickers
Este conteúdo foi publicado em 21. janeiro 2022 - 21:10
(AFP)

O Congresso hondurenho inaugurou nesta sexta-feira (21) seus trabalhos legislativos 2022-2026 com a eleição de um diretório provisório em meio a golpes, gritos e empurrões desencadeados pela rebelião de um grupo de deputados do partido da presidente eleita, Xiomara Castro.

A briga começou depois que o ministro do Interior, Leonel Ayala, abriu a sessão e 20 deputados do partido Partido Liberdade e Refundação (Libre, esquerda) indicaram Jorge Cálix como presidente provisório, violando um pacto com o partido aliado.

Ayala chamou Cálix, um dos dissidentes, até o conselho de administração e o empossou. Em meio a gritos de "traidores" e "Xiomara", sete deputados leais a Castro subiram para atacar Cálix e o obrigaram a fugir.

O deputado do Libre Rasel Tomé denunciou que Ayala, que pertence ao governista Partido Nacional (PN, direita), "deu a palavra ilegalmente" ao grupo de dissidentes que "traiu o mandato que o povo deu a Xiomara Castro" nas últimas eleições.

Ayala disse a uma emissora de televisão local que a eleição de Cálix "foi acompanhada de 83 assinaturas". Para a eleição da liderança do Congresso, são necessárias 65 cadeiras.

Com Calix na presidência do Congresso, o Partido Nacional, derrotado nas urnas, "consegue manobrar e ganhar o controle do Congresso Nacional", disse à AFP o analista e professor da Universidade Nacional Eugenio Sosa.

A crise dentro do Libre eclodiu na noite de quinta-feira, quando Castro - que venceu o candidato do PN, Nasry Asfura, nas eleições de 28 de novembro - convocou os 50 deputados de seu partido a apoiarem o deputado Luis Redondo como presidente do Legislativo, mas 20 não compareceram à reunião.

A presidente eleita venceu com uma aliança entre o Libre, coordenado por Manuel Zelaya -seu marido e ex-presidente deposto em 2009- e o Partido Salvador de Honduras (PSH), do ex-candidato Salvador Nasralla.

Um dos compromissos assumidos pela aliança foi nomear Nasralla vice-presidente e ceder a presidência do Congresso a ele. Nasralla indicou Redondo para essa posição.

Castro acusou os dissidentes de "trair o acordo constitucional" e "fazer alianças com os representantes do crime organizado, corrupção e narcotráfico" do PN, destacou.

"Convém expulsar aqueles que traíram (...) o projeto de refundação do nosso país" prometido por Castro, Zelaya publicou em um tuíte, no qual convocou uma reunião virtual para concluir a medida.

O Congresso é composto por 128 deputados: 50 do Libre, 10 do PSH, 44 do PN, 22 do Partido Liberal (PL, direita) e dois de dois partidos minoritários.

Os 20 deputados que se rebelaram violaram o acordo do Libre com Nasralla, ignorando Redondo e propondo Jorge Cálix.

Ao lado de outros altos funcionários, como o presidente do Congresso, Castro tomará posse no dia 27 de janeiro em cerimônia no Estádio Nacional de Tegucigalpa, que contará com a presença de autoridades de vários países, incluindo a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris.

O Congresso deve tomar posse em 25 de janeiro com uma mesa definitiva indicada dois dias antes.

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