Conselho de Segurança aplica sanções a 18 funcionários e empresas de Pyongyang
O Conselho de Segurança da ONU impôs sanções à Coreia de Norte, nesta sexta-feira (2), as quais se aplicam ao chefe da espionagem, a outros 13 funcionários de alto escalão e a quatro empresas desse país, congelando seus ativos e proibindo-os de viajar ao exterior.
Por unanimidade, o Conselho aprovou uma resolução redigida pelos Estados Unidos em resposta a uma série de testes de mísseis balísticos realizados este ano por Pyongyang, apesar da proibição estabelecida pela ONU.
A resolução não traz algumas das sanções que o governo americano defendia no mês passado, como um embargo de petróleo, proibição sobre o transporte marítimo ou restrições comerciais.
Entre os agregados à lista negra se encontra Cho Il-U, que seria o chefe de espionagem externa do regime de Kim Jong-Un.
Os outros 13 nomes incluem altos funcionários do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte e chefes de empresas comerciais encarregadas das compras para os programas militares de Pyongyang.
A força estratégica de mísseis do Exército norte-coreano, duas empresas comerciais e o Banco Koryo, vinculados a um gabinete que administra as finanças de Kim, também foram atingidos pelo congelamento de ativos.
Os 18 nomes são agregados à atual lista negra de 39 indivíduos e 42 entidades norte-coreanas que já sofrem sanções da ONU.
“O Conselho de Segurança está enviando hoje uma clara mensagem à Coreia do Norte: parem os lançamentos de mísseis ou sofram as consequências”, disse a embaixadora americana Nikki Haley. “Além das consequências diplomáticas e financeiras, os Estados Unidos estão preparados para responder às agressões norte-coreanas por outros meios, caso necessário”.
A China, principal parceiro comercial de Pyongyang, apoiou as sanções, mas renovou seu apelo à abertura do diálogo para baixar a tensão na península coreana.
O embaixador chinês, Liu Jieyi, descreveu a situação atual como “complexa e sensível”, mas avaliou que há “uma janela de oportunidade crítica” para se voltar ao “caminho correto para uma solução mediante o diálogo e as negociações”.
O diplomata da França, Francois Delattre, declarou que a resolução serve como “uma advertência” à Coreia do Norte sobre futuras sanções mais duras caso não mude de rumo e pare com seus testes. “Se prosseguir com este perigoso caminho, não teremos outra opção que reforçar a pressão”.
Os Estados Unidos vinculam o diálogo com a Coreia do Norte à suspensão dos programas de mísseis e nuclear.
A Coreia do Norte realizou testes atômicos e dezenas de disparos de mísseis desde o início do ano passado, na tentativa de desenvolver um míssil capaz de levar uma ogiva nuclear ao território continental dos Estados Unidos.