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Conselho Eleitoral entrega a Lasso credencial de presidente do Equador

Guillermo Lasso discursa no Centro de Convenções de Guayaquil em 07 de fevereiro de 2021 afp_tickers

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do Equador entregou nesta quarta-feira (19) em Quito a credencial de presidente eleito ao ex-banqueiro conservador Guillermo Lasso, que será empossado pelo Parlamento unicameral na próxima segunda.

“Hoje comemoramos (…) a bem sucedida culminação de um processo que exigiu tempo e esforço de centenas de milhares de equatorianos para com o mais solene ato democrático: a expressão soberana do povo”, disse Lasso após receber a credencial das mãos do titular do CNE, Diana Atamaint.

“Obrigado por eleições transparentes, que trouxeram alívio e paz em tempos tão duros para o nosso país”, acrescentou o presidente eleito em um ato organizado pelo CNE, ao qual assistiram autoridades de várias funções estatais, militares e policiais.

Lasso, de 65 anos, e que governará durante quatro anos, venceu o segundo turno presidencial de 11 de abril com 52,36% dos votos, com vantagem de 4,72 pontos sobre o economista de esquerda Andrés Arauz, de 36 anos, afilhado político do ex-presidente Rafael Correa (2007-2017), que mora na Bélgica desde que deixou o cargo.

“Aceito (a credencial) com profunda humildade e declaro aqui, neste evento democrático, que farei o humanamente possível para estar à altura de atribuição tão soberana”, acrescentou o líder do movimento Criando Oportunidades (CREO, direita).

O CNE também entregou a credencial de vice-presidente ao médico Alfredo Borrero, de 65 anos, eleito na chapa de Lasso, opositor de Correa, que o derrotou nas eleições de 2013.

Em alusão a Correa, o novo presidente disse: “muitos equatorianos desiludidos chegaram a pensar que quem governava não entregaria nunca o poder, como efetivamente está acontecendo na Venezuela”.

“Fizeram reformas para se reeleger indefinidamente, nos falaram de ficar por décadas”, destacou.

O presidente em fim de mandato Lenín Moreno, do movimento governista Aliança País (no poder desde 2007) e ex-aliado de Correa, promoveu um referendo que eliminou a eleição indefinida impulsionada por seu antecessor, fechando a via para o ex-governante voltar a chefiar o Equador.

Lasso também perdeu o segundo turno de 2017 para Moreno.

A coalizão União pela Esperança (UNES), que reúne o correísmo, conseguiu 49 assentos na Assembleia Nacional (com 137 assentos) nas eleições de fevereiro para ser a principal força, mas sem maioria absoluta.

Ficaram atrás organizações opositoras ao correísmo: Pachakutik (esquerda, 27), Esquerda Democrática (ID, centro esquerda, 18), Partido Social Cristão (PSC, direita, 17) e CREO (12).

No sábado, o CREO apoiou as forças anticorreístas para eleger Guadalupe Llori, do movimento indígena Pachakutik e uma ferrenha adversária política de Correa, presidente do Parlamento por dois anos.

A UNES só conquistou um dos quatro postos no Conselho de Administração do Congresso, que qualifica os projetos de lei a ser debatidos no Congresso.

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