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Cortes marciais venezuelanas julgarão crimes contra Constituinte

O vice-presidente venezuelano, Tareck El Aissami, em Caracas, em 5 de julho de 2017 afp_tickers

O vice-presidente da Venezuela, Tareck El Aissami, advertiu nesta quinta-feira que quem tentar “boicotar” as eleições à Assembleia Constituinte no próximo 30 de julho será julgado pelos tribunais militares e pegará até 10 anos de prisão.

Os centros de votação “serão decretados zonas de segurança”, e qualquer crime cometido no perímetro “será julgado pela justiça militar e com prisão daqueles que pretendam boicotar o processo eleitoral”, disse El Aissami, durante um ato com candidatos à Constituinte.

“Somos obrigados a garantir a paz, a direita ameaçou fechar alguns centros (de votação)”, afirmou.

El Aissami alertou que “quem cometer um crime dentro de uma zona de segurança (cujo perímetro foi ampliado de 200 a 500 metros) receberá uma pena de prisão de entre cinco e dez anos”.

A Venezuela vive há quase três meses e meio uma onda de protestos contra o presidente Nicolás Maduro que já deixou 95 mortos, em meio a uma severa crise econômica, que se traduz pela falta de alimentos e medicamentos e por uma inflação que deve atingir os 720% em 2017, segundo o FMI.

A oposição convocou para o próximo domingo um plebiscito com o qual espera demonstrar uma ampla rejeição à Constituinte, que o governo promove como um “suprapoder” com faculdades para dissolver, inclusive, o Parlamento, controlado pela oposição.

O governo afirma que o “plebiscito” não terá qualquer caráter legal, enquanto a oposição o qualifica de exercício de “desobediência civil”.

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