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Cuba diz que sanções americanas impedem país de fabricar vacinas necessárias

Um frasco da vacina cubana Soberana 2 afp_tickers

Cuba, que desenvolveu seus próprios imunizantes contra o novo coronavírus, denunciou nesta sexta-feira (28) que o fortalecimento do embargo dos Estados Unidos à ilha impossibilitou a fabricação de doses suficientes para sua população, retardando sua campanha de vacinação.

“É preciso dizer que não vacinamos mais cubanos porque não tivemos recursos para fabricar mais vacinas, que fique claro para o mundo”, afirmou Yuri Valdés, vice-diretor do Finlay Institute of Vaccines, durante uma sessão da Assembleia Nacional (Parlamento, unicameral), na qual legisladores convocaram parlamentares de todo o mundo a se juntarem ao pedido pelo fim das sanções e do embargo, imposto há 60 anos pelos Estados Unidos.

A insuficiência das doses “não é por falta de evidência técnica, é porque não tivemos os recursos, porque esses recursos foram bloqueados”, explicou o cientista perante parlamentares de seu país e outras personalidades internacionais que participaram virtualmente.

Se o governo de Joe Biden “não pode ter tempo para rever toda a política com Cuba, (revise) a que tem a ver com todos os cubanos que são internados [em hospitais por covid-19], com os cubanos que estamos vacinando”, afirmou Valdés.

“Você tem que convocar o governo dos Estados Unidos, digamos, está bem, não verifique tudo, mas verifique se, faça algo, você pode ser (significar) a diferença entre mortos e não mortos”, ressaltou.

Cuba tem cinco vacinas candidatas desenvolvidas pelo próprio país. Duas delas, Soberana 2 e Abdala, aguardam autorização para uso emergencial ou condicional pelas autoridades sanitárias do país, data prevista para junho.

Dado o crescente número de casos registrados nos últimos meses, o governo lançou uma campanha de vacinação em populações de risco com esses imunizantes no dia 12 de maio, e planeja vacinar 70% da população até agosto.

Durante o governo de Donald Trump, Washington impôs cerca de 250 sanções contra Cuba, que o governo Biden manteve intactas.

“Os Estados Unidos reforçaram a agressão contra Cuba diante da covid-19”, denunciou o presidente da comissão de Relações Internacionais, Alberto Núñez.

Organizações solidárias com Cuba nos Estados Unidos, Chile, Espanha, Itália e outros países se organizaram para obter 20 milhões de seringas para poder vacinar a população de 11,2 milhões.

Além disso, uma entidade governamental suíça e a ONG MediCuba Europe concederam em abril um financiamento urgente de US$ 600.000 para a compra de seringas.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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