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Cuba recorda invasão da Baía dos Porcos em momento de reconciliação com EUA

Pessoas passam diante de cartaz na província cubana de Matanzas que aponta que "aqui chegaram os mercenários" que desembarcaram na Baía dos Porcos, em 17 de abril de 2012 afp_tickers

Em um momento de aproximação com os Estados Unidos, Cuba inicia nesta quinta-feira as cerimônias de recordação da fracassada invasão da Baía dos Porcos em 1961, a “primeira derrota do imperialismo na América Latina”, nas palavras de Fidel Castro.

Uma salva de canhões será disparada nesta quinta-feira à tarde em uma fortaleza colonial às margens do Mar de Havana, enquanto Cuba e Estados Unidos avançam nas negociações para restabelecer laços diplomáticos e deixar para trás meio século de inimizade.

Em 17 de abril de 1961, quase 1.400 expedicionários anticastristas treinados e armados pela CIA desembarcaram na Baía dos Porcos, a 250 km da capital cubana, para derrotar Fidel Castro, que estava no poder há dois anos e havia estabelecido uma aliança com a União Soviética.

A invasão foi sufocada após dois dias de combates, que deixaram 161 mortos entre as forças cubanas e 107 entre os anticastristas: 1.189 expedicionários foram capturados, cinco deles foram fuzilados e nove condenados a 30 anos de prisão. Os demais foram trocados com Washington por 53 milhões de dólares em remédios e alimentos.

Três meses antes da invasão, o presidente Dwight Eisenhower rompera as relações diplomáticas com Cuba e ordenara à CIA que preparasse a invasão. Seu sucessor, John Kennedy, que assumiu o poder em janeiro de 1961, autorizou a incursão planejada no governo anterior, mas não aceitou o envolvimento de militares americanos.

Mas o 54º aniversário da invasão tem um tom diferente que nos anos anteriores. Há quatro meses, Washington e Havana surpreenderam o mundo ao anunciar a decisão de restabelecer as relações diplomáticas.

No sábado passado, Barack Obama e Raúl Castro protagonizaram o primeiro encontro de presidentes dos dois países desde 1956, durante a Cúpula das Américas no Panamá.

Raúl Castro, que sucedeu o irmão Fidel em 2006, diminuiu o tom do discurso antiamericano.

Durante anos, o governo cubano celebrou com pompa a data.

Mas, como um sinal dos novos tempos da abertura da ilha comunista ao setor privado e ao investimento estrangeiro, a Baía dos Porcos hoje é um polo turístico.

Atualmente, a área recebe turistas americanos e russos, mais interessados em fotografar o cenário do que em discutir política.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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