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Direita busca manter Buenos Aires como sinal para presidenciais argentinas

(Arquivo) O candidato Horacio Larreta afp_tickers

Os habitantes da capital argentina irão às urnas neste domingo em uma eleição-chave para a direita, que aposta em conservar seu reduto, que o kirchnerismo não consegue tomar apesar de estar há 12 anos no poder.

A quatro dias da eleição de chefe de governo de Buenos Aires (prefeito), as pesquisas apontam como vencedor por ampla margem Horacio Rodríguez Larreta (49), o candidato de Propuesta Republicana (PRO, direita), mas ele não deve conseguir evitar o segundo turno, marcado para o dia 19 de julho.

Rodríguez Larreta é apoiado pelo empresário Mauricio Macri, atual prefeito portenho e candidato da oposição mais bem posicionado nas pesquisas para as presidenciais de 25 de outubro.

“É quase impossível alcançar 50% e vencer no primeiro turno”, admitiu na terça-feira Macri, que fez campanha junto ao seu chefe de Gabinete, o candidato a sucedê-lo na cidade que governa desde 2007.

Em segundo lugar aparecer Martín Lousteau (44), um ex-ministro da Economia da presidente Cristina Kirchner que passou à oposição. Na campanha se diferenciou de Rodríguez Larreta, mas seus partidos são aliados para as presidenciais.

Neste distrito adverso ao peronismo governante o terceiro lugar é de Mariano Recalde (43), presidente da Aerolíneas Argentinas e membro de La Cámpora, grupo liderado por Máximo Kirchner, o filho da presidente peronista de centro-esquerda.

Segundo as pesquisas, o macrista PRO exibe uma intenção de voto de 42% a 47%. Lousteau, pela aliança ECO, tem entre 24% e 30%, enquanto Recalde, da Frente para la Victoria (FPV), soma entre 16% e 20%.

“O alto nível de apoio a Rodríguez Larreta está muito relacionado à gestão de Macri. E 95% de seus eleitores aprovam a atual administração”, explicou Fabián Perechodnik, diretor da consultora Poliarquía.

Ele também apontou que, entre os eleitores de Lousteau, “6 em cada 10 aprovam a gestão do PRO”.

Maduros x jovens

Segundo a consultora SV Investigación, o pouco carismático Rodríguez Larreta desperta adesões entre os mais velhos, de até 61% entre os maiores de 55 anos. Os outros dois candidatos conquistam os mais jovens.

“É uma questão de estilos”, disse à AFP Santiago Videla, diretor da SV Investigación.

Na capital, quarto distrito com 2,5 milhões de eleitores, uma grande massa da classe média utiliza educação e saúde privadas. Não parece afetada pela queda de investimentos nestas áreas. Também não é permeável a denúncias de aumento na dívida municipal.

Quase nunca na história o peronismo conseguiu assumir a capital. Mas o comportamento dos portenhos nas urnas não é necessariamente um indicador do que ocorrerá em nível nacional nas presidenciais.

“Acredito que não há um vínculo direto entre o resultado na Capital e nas presidenciais. Apenas, eventualmente, um clima vitorioso, mas isso dura uma ou duas semanas”, advertiu Videla. Quase 40% do eleitorado do país está na província de Buenos Aires, próxima à capital e reduto peronista.

Nas presidenciais, o candidato governista Daniel Scioli lidera as intenções de voto cm 34,9%, contra 26,3% de Macri, segundo a última pesquisa de Management & Fit.

Os portenhos votarão pela primeira vez com a Cédula Única Eletrônica.

Domingo nas urnas

As províncias de Córdoba (centro) e La Rioja (noroeste) elegerão no domingo seu governador, enquanto Corriente (nordeste) terá legislativas e La Pampa (centro) primárias.

Em Córdoba, segundo distrito eleitoral com 2,8 milhões de eleitores, as pesquisas preveem uma vitória apertada de Juan Schiaretti, um peronista dissidente do setor liderado por José Manuel de la Sota, governador e pré-candidato presidencial.

De la Sota competirá nas primárias de 9 de agosto com o deputado Sergio Massa, em queda, segundo as pesquisas, para definir o candidato da Frente Renovador (centro-direita).

Schiaretti enfrenta uma aliança entre o radicalismo social-democrata (UCR) e o PRO que postulam em Córdoba Oscar Aguad junto ao ex-árbitro de futebol Héctor Baldassi.

Em La Rioja, reduto histórico do ex-presidente Carlos Menem (1989-99) com 265.000 eleitores, as pesquisas apontam como vencedor Sergio Casas, que reúne todas as vertentes do peronismo.

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