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Dois militares são condenados no Chile por crimes na ditadura

(Arquivo) O general Augusto Pinochet, em Antofagasta, Chile, no dia 21 de outubro de 1986 afp_tickers

Um coronel do Exército e um suboficial da Polícia, ambos reformados, foram condenados à prisão perpétua no Chile por sua responsabilidade no sequestro e no homicídio de 11 pessoas em um campo de prisioneiros durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).

O juiz Mario Carroza condenou o coronel Sergio Benavides e o suboficial dos Carabineiros Manuel Vega Collado “a penas de prisão perpétua na qualidade de autores de três delitos de sequestros qualificados e oito homicídios qualificados”, diz a sentença divulgada nesta quarta pelo Poder Judiciário.

Outros cinco oficiais reformados do Exército foram condenados a penas de 10 a 15 anos pelo desaparecimento e assassinato dos 11 supostos opositores da ditadura, a partir de 29 de setembro de 1973 – 17 dias depois do golpe que instaurou o regime de Pinochet, acrescentou a Justiça.

A investigação do caso apontou que os opositores foram detidos e levados para um campo de presos montado pelo Exército na localidade de Pisagua, 1.850 km ao norte de Santiago, onde foram agredidos. Realizaram-se Conselhos de Guerra, nos quais eles foram condenados à morte. A execução por fuzilamento aconteceu em 24 horas.

Os restos mortais de três dos detentos assassinados foram encontrados em meados dos anos 1990, enquanto os demais continuam desaparecidos.

O juiz Carroza também condenou o Estado do Chile a pagar, por dano moral, a quantia total de 775.000 dólares aos familiares das vítimas.

A sangrenta ditadura de Pinochet deixou cerca de 3.200 mortos e desaparecidos, segundo números oficiais.

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