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Dominicanos vão às urnas com atual presidente como favorito

(12 mai) Medina faz campanha em Santo Domingo afp_tickers

Os dominicanos irão às urnas neste domingo em eleições gerais sem grandes emoções, com um claro favoritismo do presidente Danilo Medina para conquistar a reeleição e garantir a hegemonia de seu partido de centro, no poder há 12 anos.

Considerado o presidente mais popular da América Latina pela consultoria mexicana Mitofsky (89% de aprovação em 2015), este economista de 64 anos quer conquistar o quarto mandato consecutivo para o Partido da Libertação Dominicana (PLD).

Medina tem uma preferência eleitoral de 63% e ganharia no primeiro turno – 50% mais um voto -, segundo um balanço da empresa Gallup publicado há duas semanas.

Mas seu principal rival, o rico empresário Luis Abinader, do social-democrata Partido Revolucionário Moderno (PRM), com 29%, segundo Gallup, aposta que haverá um segundo turno.

“Há matizes, mas as duas propostas se inscrevem em um pensamento conservador. Medina significa a continuidade e manter o monopólio hegemônico de um partido sobre os órgãos do Estado”, disse à AFP o cientista político Rafael Toribio Domínguez, diretor do Centro de Gerência Social e Governabilidade Democrática (CEGES).

O país caribenho, que compartilha a ilha Hispaniola com o Haiti, tem uma economia baseada no turismo, com um crescimento de 7% em 2015 e uma inflação de 2,3%, mas uma pobreza que ronda os 40% e uma taxa de desemprego de 14%.

A relação com o Haiti, o país mais pobre da América Latina, continua sendo sensível, depois que em 2015 milhares de descendentes de cidadãos deste país foram deportados após uma polêmica decisão retroativa a 1929 que converteu em apátridas dezenas de milhares de pessoas.

Precisamos de uma mudança?

Um total de 6,7 dos 10 milhões de dominicanos estão convocados às urnas para eleger o presidente dentre oito candidatos, além de 32 senadores, 190 deputados e autoridades municipais para os próximos quatro anos.

As ruas de Santo Domingo estão repletas de outdoors com os rostos dos candidatos, sobretudo de Medina. “Precisamos de uma mudança?”, questiona um anúncio aparentemente neutro de uma empresa privada.

Assessorado no início de sua campanha pelo marqueteiro da presidente afastada Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, João Santana, acusado de corrupção, Medina exalta como sua maior conquista a estabilidade econômica de seu país.

Uma das estratégias de sua gestão foi realizar visitas surpresa a comunidades e associações de pequenos produtores, com promessas de serviços ou empréstimos em condições favoráveis.

Sob o lema “Sempre com o povo”, Medina promete em um segundo mandato criar milhares de empregos, reforçar seus programas sociais, melhorar a economia familiar e uma maior transparência na administração pública.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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