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Equador descarta retomar confinamento em Quito por coronavírus

Médico atende paciente em ala de emergência do hospital Carlos Andrade Marin, em Quito, 17 de junho de 2020 afp_tickers

O Equador, um dos países mais afetados pela pandemia do novo coronavírus na América Latina, descartou nesta segunda-feira (29) a possibilidade de determinar um novo confinamento em Quito, em virtude do aumento de casos que sobrecarregou as unidades de cuidados intensivos do sistema hospitalar.

“Ampliar o toque de recolher não é algo que esteja previsto”, expressou a ministra do Governo (Interior), Maria Paula Romo, após uma reunião com o titular da pasta da Saúde, Juan Carlos Zevallos, e o prefeito de Quito, Jorge Yunda, para avaliar a situação da pandemia na capital.

Quito, com 2,7 milhões de habitantes, se mantém em alerta amarelo em um semáforo, aplicado desde maio no Equador para o relaxamento das medidas de confinamento. As autoridades contemplaram o toque de recolher de 15 horas por dia contra as oito horas atualmente aplicadas na cidade.

“O que queremos é, a cada cor do semáforo, abrir cada vez mais horas as atividades das pessoas”, acrescentou Romo, que preside o Comitê de Operações de Emergência (COE) nacional, a cargo da gestão da pandemia.

A cor vermelha, na qual se encontram 20% dos 221 cantões do país, estabelece toque de recolher de onze horas diárias e a verde, na qual estão quatro jurisdições, a proibição de livre circulação é de cinco horas.

Yunda confirmou nesta segunda, durante coletiva de imprensa virtual, que Quito enfrenta “uma realidade que é o sistema sanitário trabalhando em sua capacidade máxima” devido à “alta demanda de leitos em unidades de cuidados intensivos”.

“Estamos muito preocupados com o aumento de contágios em alguns bairros da capital”, acrescentou.

Romo informou ainda que “Quito vai caminhando nesta desescalada do confinamento. É preciso mantê-lo de forma prudente, é preciso evitar as atividades que possam se constituir em novos riscos, mas efetivamente vai pelo lado de melhorar as capacidades de saúde e de melhorar os controles sobre as restrições que já existem”.

O Equador soma 55.665 casos e 4.502 mortos (26 falecidos por 100.000 habitantes). As autoridades também reportaram nesta segunda 3.059 óbitos prováveis por COVID-19.

Quito, a cidade mais populosa do país, é a segunda cidade com mais contágios (6.453), atrás do porto de Guayaquil (sudoeste, com 9.986).

O Equador estendeu até 13 de agosto o estado de exceção decretado em março pela pandemia, mantém fechadas as fronteiras terrestres e suspensas as aulas presenciais, enquanto as atividades de trabalho são retomadas de forma progressiva.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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