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Equador está pronto para acolher diálogo de paz entre Colômbia e ELN

O chanceler do Equador, Guillaume Long, em Quito, no dia 7 de março de 2016 afp_tickers

O chanceler do Equador, Guillaume Long, disse nesta quarta-feira que seu país está pronto para acolher o diálogo de paz entre o governo da Colômbia e o grupo guerrilheiro ELN, uma vez que as partes abram mão de suas diferenças e decidam abrir uma negociação.

Em visita a Bogotá, Long disse que o Equador está “em plena capacidade para receber as delegações e passar à fase pública de diálogos” de paz entre o governo de Juan Manuel Santos e o Exército de Libertação Nacional (ELN, guevarista).

“Foi escolhido o Equador para iniciar os diálogos e já temos um espaço, sabemos onde (serão feitos), cumprindo com todos os protocolos de segurança que esse tipo de negociação requer”, disse o diplomata em entrevista para a emissora BluRadio.

“Estamos às ordens, quando as partes estiverem prontas, poderemos iniciar”, assegurou.

“Sabemos que existem alguns obstáculos que surgiram nos últimos dias, e esperamos que se resolvam. Nós estamos aqui (…) e simplesmente, se é o que querem, cumpriremos esse papel”, acrescentou Long.

No fim de março, o governo colombiano e o ELN, segundo grupo guerrilheiro depois das Farc, anunciaram em Caracas o início de um processo de paz para colocar fim a mais de meio século de conflito armado e indicaram que instalaram uma mesa de negociações no Equador.

Os diálogos, para os quais não foi definida uma data, também se realizaram na Venezuela, Chile, Brasil e Cuba, que junto com a Noruega serão os garantidores deste processo de paz, similar ao que Bogotá celebra com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) em Havana desde 2012.

Entretanto, nas últimas semanas surgiram diferenças entre o governo e o ELN que impediram começar as negociações formais.

Enquanto o presidente Santos cobrou que o grupo guerrilheiro liberasse todos os seus sequestrados antes de sentarem para negociar – com fizeram com as FARC -, o ELN disse este fim de semana que as condições impostas pelo governo se “converteram em um impedimento para a paz”.

Após o terremoto que devastou a costa equatoriana em abril, Santos havia considerado a possibilidade de mudar a sede dos diálogos com o ELN, ainda que depois de se reunir com seu homólogo Rafael Correa ratificou que, quando as partes decidirem finalmente se sentar para negociar, farão no Equador.

O conflito colombiano tem enfrentado durante mais de 50 anos grupos guerrilheiros, paramilitares, membros da força pública e grupos do narcotráfico, deixando até agora um saldo em torno de 260.000 mortos, 45.000 desaparecidos e 6,8 milhões de desalojados.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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