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Estudo confirma precisão de diagnóstico rápido de Ebola, autorizado pela OMS

Um sobrevivente do Ebola participa de estudo, em Monróvia, Libéria, no dia 18 de junho de 2015 afp_tickers

Um teste de diagnóstico rápido do vírus Ebola, autorizado desde fevereiro pela Organização Mundial de Saúde (OMS), se mostrou tão confiável quanto o método clássico de diagnóstico – segundo um estudo publicado nesta sexta-feira pela revista médica britânica The Lancet.

O teste, batizado ReEBOV e produzido pela empresa norte-americana Corgenix, foi testado em 105 pacientes suspeitos de terem sido infectados pelo vírus em dois centros médicos de Serra Leoa, assim como em 284 amostras sanguíneas recuperadas em laboratório.

Os resultados foram comparados aos obtidos pelo método tradicional, que consiste em efetuar um exame de sangue e enviar o material, de maneira segura, a um laboratório especializado onde o vírus é detectado graças a um procedimento que permite destrinchar o material genético do vírus (teste RT-PCR).

Este método pode levar alguns dias e apresenta alguns riscos à equipe encarregada pela coleta, transporte e do exame propriamente dito.

O teste ReEBOV, em contrapartida, dura apenas cerca de 15 minutos. Ele consiste em colocar uma gota de sangue do dedo do paciente num pedaço de papel e colocá-la num tubo de ensaio com anticorpos que capturam uma proteína específica do vírus.

O teste rápido permitiu detectar todos os casos positivos identificados pelo método tradicional, mas apenas 92% dos casos negativos.

Os pesquisadores, liderados pela médica Nina Pollock, do Hospital Infantil de Boston, também descobriram que o teste RT-PCR não era uma referência completamente confiável, na medida em que um pequeno número de infecções detectadas pelo exame ReEBOV e um outro método tradicional passaram batido.

O teste ReEBOV é o primeiro teste rápido a conseguir uma autorização de uso emergencial por parte da OMS e da agência norte-americana encarregada pela liberação de medicamentos, a FDA.

Mas vários outros testes rápidos estão atualmente em fase de desenvolvimento ou experimentação. É o caso, por exemplo, de um exame rápido desenvolvido pelo Instituto Pasteur de Dakar e que é objeto de provas na Guiné.

Uma equipe de pesquisadores japoneses anunciou em abril ter confirmado o nível de segurança de um exame de detecção do vírus em menos de 12 minutos, desenvolvido pelo médico Jiro Yasuda.

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