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Etnia guarani forma primeiro governo autônomo indígena da Bolívia

(Arquivo) Indígenas da etnia guarani são vistos em uma reunião de representantes de movimentos sociais, em Santa Cruz, na Bolívia, no dia 14 de junho de 2014 afp_tickers

Uma etnia guarani conseguiu compor um governo autônomo, o primeiro na Bolívia, a ser conduzido mediante costumes ancestrais, sem afetar normas nacionais e regionais do país – informou o Executivo boliviano nesta terça-feira.

Depois de um processo eleitoral iniciado em agosto e concluído no domingo (11), estão formados “os órgãos do Autogoverno da Autonomia Indígena Guarani Charagua Iyambae, a primeira na Bolívia e no mundo”, informou o diretor nacional de Autonomia Indígena Originária Campesina do Ministério de Autonomias, René Laime.

Há sete anos, os povos originários e quatro capitanias na região de Santa Cruz (leste) iniciaram a transição para uma nova forma de governo local que “recupere sua visão como povo e nação guaranis”, afirmou Laime.

O processo começou com a redação do estatuto regional de autonomias.

Promulgada em 2009, a nova Constituição boliviana garante aos povos e nações Indígenas Originárias Camponesas (IOC) a possibilidade de formar a Autonomia Indígena Originária Camponesa, que consiste no autogoverno como exercício da livre determinação nos territórios, municípios, ou regiões que habitam.

O vice-ministro da pasta, Gonzalo Vargas, ressaltou que os povos indígenas adotam o o modelo comunitário como sistema de organização, onde “existem direitos individuais que se subordinam à decisão do coletivo”.

O município de Charagua, na fronteira com o Paraguai, ocupa uma extensão de 74.000 km2, o maior da Bolívia, e conta com uma população superior a 30.000 habitantes.

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