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EUA afirma que esforços para depor Maduro funcionam, mas demoram

O almirante Craig Faller, chefe do Comando Sul americano, em 21 de junho de 2019 na base aérea José Enrique Soto em Comayagua, Honduras afp_tickers

Os esforços internacionais para depor o mandatário venezuelano Nicolás Maduro “funcionaram”, mas o processo levará tempo, defendeu nesta segunda-feira (5) o almirante Craig Faller, chefe do Comando Sul americano.

O governo de Donald Trump lidera desde janeiro de 2019 uma ofensiva diplomática a favor do líder parlamentar Juan Guaidó, reconhecido como presidente interino da Venezuela, embora cresça a impaciência entre os opositores de Maduro, que esperavam um maior fortalecimento político após dois anos de sanções econômicas ao país.

“Muitas vezes me perguntam: por que está demorando tanto? Por que os esforços dos Estados Unidos não funcionaram?”, revelou Faller em uma mesa redonda online ao lado da assessora política, a embaixadora Jean Manes, organizada pelo fórum empresarial Conselho das Américas.

“Eu diria que os esforços dos Estados Unidos funcionaram”, respondeu o almirante, embora não “suficientemente rápido para o povo venezuelano”.

“Demorou uma geração para chegar a este ponto e levará um certo tempo para colocar em prática o processo democrático do representante [Elliott] Abrams”, continuou, em referência ao alto funcionário americano encarregado da Venezuela.

Faller acrescentou que Maduro se mantém no poder graças a fatores externos de responsabilidade de Cuba, que fornece serviços de inteligência; Rússia, que fornece ajuda econômica e militar; China, que é seu principal credor; e Irã, que fornece petróleo.

“Tudo se encaixa como a trama complexa do mais intrincado tapete persa”, disse Faller, atribuindo a esses fatores “a lenta mudança em direção à democracia”.

O líder do Comando Sul, responsável pelas operações militares dos Estados Unidos no Caribe, nas Américas Central e do Sul, parabenizou a Colômbia por superar os desafios do narcotráfico, do fluxo de migrantes venezuelanos e da pandemia.

“O processo de paz teve desafios devido às ameaças que a Colômbia encontra na vizinhança”, disse Faller, referindo-se aos cinco milhões de pessoas que, segundo a ONU, fugiram da Venezuela, muitos através da fronteira com a Colômbia.

“E, além disso, tiveram que lidar com a covid-19”, completou o almirante.

Faller condenou também a pesca ilegal, a maior parte da qual seria responsabilidade da China, “uma influência corrosiva neste hemisfério”, concluiu.

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