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Evo Morales participa virtualmente de ato oficial em La Paz

O ex-presidente boliviano Evo Morales com seguidores nas ruas de Mendoza, na Argentina, 7 de março de 2020 afp_tickers

O ex-presidente boliviano Evo Morales participou virtualmente nesta quarta-feira (15) de uma cerimônia oficial no Parlamento regional de La Paz, na qual criticou a presidente interina Jeanine Áñez, o que irritou seus adversários políticos.

“Este 16 de julho será muito diferente de anos anteriores, devido à crise sanitária, econômica e até humanitária”, declarou Morales por videoconferência, no ato organizado pela Assembleia Legislativa Departamental de La Paz em comemoração à data de início da revolução emancipadora contra o domínio espanhol.

Morales, que presidiu a Bolívia entre 2006 e 2019, está refugiado na Argentina após ter renunciado ao cargo em novembro do ano passado por medo de uma convulsão popular e por pressão dos militares, após um relatório de uma missão da OEA encontrar “irregularidades” que favoreciam o mandatário na eleição de outubro.

Aparecendo em um telão, o ex-presidente de esquerda criticou as políticas socioeconômicas de sua sucessora interina, a direitista Áñez, e declarou que “nestes momentos difíceis é importante buscar como vencer e recuperar a democracia”.

As eleições na Bolívia foram convocadas para 6 de setembro pelo Supremo Tribunal Eleitoral. O candidato do partido de Morales, Luis Arce, tem 33,3% das intenções de voto, segundo pesquisa realizada em março, à frente do centrista ex-presidente Carlos Mesa (18,3%) e de Áñez (16,9%).

“Não podemos voltar ao passado. Na semana passada, recebi o Decreto Supremo 4272, que busca a privatização da água, luz, telecomunicação, transporte. Neste ritmo, vão privatizar até nosso teleférico”, obra mais famosa de La Paz, critico Morales.

As declarações de Morales receberam aplausos, mas também críticas da oposição, como do deputado Edwin Herrera, aliado de Áñez, que considerou “insultante” que “Evo Morales seja convidado a uma sessão de honra” da Assembleia Legislativa Departamental.

A Bolívia registra mais de 50.000 infectados pela COVID-19, entre eles a própria presidente interina Áñez e seis de seus ministros, além da atual líder do Senado, Eva Copa, que pertence ao partido de Morales, o Movimento Ao Socialismo (MAS).

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