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Ex-Banco Mundial lidera eleições presidenciais afegãs

O candito Ashraf Ghani em coletiva de imprensa, em Cabul, em 5 de julho de 2014. Ghani lidera as eleições presidenciais, segundo números preliminares. afp_tickers

O ex-economista do Banco Mundial Ashraf Ghani está na liderança das eleições presidenciais afegãs, à frente de Abdullah Abdullah, que denuncia fraudes em massa.

Segundo os resultados preliminares divulgados nesta segunda-feira, Ghani tem 56,4% dos votos, contra 43,5% para Abdullah Abdullah. Os resultados oficiais são esperados para o dia 24 de julho, após verificações nos centros eleitorais.

Esse anúncio não diminuiu a confusão. Abdullah, que liderou o primeiro turno destas eleições, nega-se a reconhecer os resultados se não for realizada uma análise detalhada dos casos de fraude que, de acordo com ele, provocariam sua derrota.

A comissão eleitoral indicou que mais de oito milhões de pessoas foram às urnas para o segundo turno, em 14 de junho, em uma participação maior que a esperada. No total, 13,5 milhões de pessoas estavam convocadas.

Abdullah havia declarado na semana passada que rejeitaria os resultados preliminares do segundo turno, por considerar que foi vítima de uma fraude em grande escala, enquanto Ghani afirma ter vencido de maneira limpa.

“A Comissão Eleitoral Independente admite que, apesar dos grandes esforços, ocorreram alguns erros técnicos e deficiências no processo”, declarou à imprensa o presidente da mesma, Ahmad Yusuf Nuristani.

“Não podemos negar que tenham ocorrido fraudes e infrações no processo (eleitoral). Em alguns casos, as forças de segurança estiveram envolvidas e, em outros, funcionários de alto escalão, como governadores, ou funcionários de menor patente”.

Agora, a pergunta é quantos dos 23.000 centros eleitorais serão submetidos a uma análise para estabelecer se houve fraude. O tema já foi abordado pelas equipes de campanha dos dois candidatos.

“Decidimos que 7.000 colégios serão examinados, mas eles tinham outras condições que não podíamos aceitar. Então, até o momento, só existe um acordo parcial”, declarou à AFP o porta-voz de Ghani, Daud Sultanzoy, antes da divulgação dos resultados.

Já o porta-voz de Abdullah declarou que “a principal demanda é que 11.000 colégios sejam inspecionados, sob vigilância rígida das Nações Unidas. Sete mil colégios não são suficientes”.

“As negociações seguem em andamento. Se derem frutos, entraremos no processo, mas se não derem, então não vamos reconhecer o resultado”, acrescentou o porta-voz de Abdullah.

Ambas as partes indicaram que a ONU participa destas negociações.

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