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Fórum com extrema direita espanhola provoca tumultos em Bogotá

Um manifestante atira pedras sobre a tropa de choque em frente a um hotel onde se realiza em Bogotá o 1º Encontro Regional 'Pela Democracia e Liberdades' organizado pelo Fórum de Madrid, um grupo de forças políticas que se identificam com a direita, em 18 de fevereiro de 2022 afp_tickers
Este conteúdo foi publicado em 18. fevereiro 2022 - 20:27
(AFP)

Um fórum anticomunista em Bogotá, com delegados do partido de extrema direita espanhol Vox, provocou confrontos entre policiais e manifestantes, que atiraram pedras contra o hotel onde acontecia o evento, nesta sexta-feira (18).

"Diante de um encontro agendado e pacífico, vêm pessoas que nos procuram para falar sobre este novo comunismo atirando pedras", disse à AFP o deputado do Vox Víctor González, um dos participantes do chamado Foro de Madri.

Organizado por essa formação política, o evento acontece neste fim de semana, com a ajuda de apoiadores da direita na Colômbia, no Peru, no Chile, na Venezuela e dissidentes cubanos, entre outros.

Segundo González, o fórum, que está em sua primeira edição, busca "lutar contra o comunismo" na América Latina. "É nossa obrigação como espanhóis vir a defender nossos usos, nossos costumes, frente ao ódio entre irmãos que é vendido pelo Foro de São Paulo", plataforma que reúne vários movimentos da esquerda latino-americana e ao qual o novo fórum promovido pelo Vox pretende "se contrapor", explicou o deputado.

- 'Desrespeito' -

Cerca de 100 manifestantes com bandeiras antifascistas se concentraram desde a manhã em frente ao hotel no norte de Bogotá onde acontecia o evento. Antes do meio-dia, homens encapuzados atiraram pedras, quebrando janelas da fachada. A tropa de choque atuou em seguida, com bombas de efeito moral.

Alguns manifestantes foram presos e um policial ficou ferido no braço. "Acho desrespeitoso que um grupo de extrema direita venha se reunir com os paramilitares na Colômbia", disse um manifestante algemado. "São eles os nazistas!", acrescentou o jovem.

Após os tumultos, o deputado do Vox Hermann Tertsch, um dos palestrantes, culpou os "grupos comunistas" e o "entorno de Gustavo Petro", ex-guerrilheiro e senador de esquerda que lidera as intenções de voto para as eleições presidenciais de maio na Colômbia. Exibindo uma das pedras lançadas pelos manifestantes, Tertsch exclamou: "Esses são os argumentos de Petro!"

- 'A próxima batalha' -

Foi a conjuntura eleitoral que trouxe o inédito fórum da direita para Bogotá. "Viemos à Colômbia porque é a próxima grande batalha. Petro é um candidato muito perigoso", afirmou González.

O ex-militante da guerrilha M-19 propõe reformas na polícia e no sistema financeiro, em um país sacudido por enormes protestos contra o governo e as forças de segurança desde 2019. Também garante que irá suspender a exploração de petróleo, principal exportação do país, para apostar em fontes de energia renováveis.

A esquerda "quer que a Colômbia caia como o Chile caiu", afirmou Tertsch, ao se referir à vitória do esquerdista Gabriel Boric nas eleições presidenciais chilenas do ano passado.

González garantiu que o Vox "encontrou um enorme apoio" na Colômbia, no Chile e no Peru, onde governa desde 2021 outro esquerdista, Pedro Castillo. Quatro deputados que se opõem a seu governo participam do evento.

"Há um movimento [de direita] que começa a ganhar corpo para fazer confrontação e resistência", advertiu o político espanhol.

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