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Feminicídio virou epidemia em Honduras, denuncia organização

Mulheres carregam falsos caixões durante protesto contra o feminicídio, em Tegucigalpa, Honduras, no dia 28 de abril de 2014 afp_tickers

Uma organização feminista denunciou nesta quarta-feira que o número de crimes contra as mulheres aumentou em Honduras de forma “alarmante” e atingiu níveis de epidemia em 2014.

O Centro de Direitos das Mulheres apresentou um estudo que mostra que 12 mulheres a cada 100 mil habitantes morreram de forma violenta em Honduras.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelece que um país atinge o nível de epidemia quando chega à taxa de 8,8 mortes por cada 100 mil habitantes – “o que faz com que estes crimes sejam considerados uma epidemia”, explicou Claudia Herrmannsdorfer, porta-voz da organização.

Segundo o relatório, os casos de feminicídio aumentaram “de forma alarmante” em Honduras: 263% no período entre 2005 e 2013. O documento detalha ainda que em 2013 foram assassinadas 636 mulheres, uma a cada 14 horas. Embora esse número tenha caído para 526 em 2014, a tendência é que em 2015 os casos aumentem: até maio foram contabilizados 152 feminicídios no país.

A pesquisadora, que realizou o estudo “Acesso à justiça em casos de mortes violentas e feminicídios”, afirmou à AFP que o governo hondurenho assumiu o compromisso de combater o assassinato de mulheres há 20 anos “mas há muito desencontro entre as oito organizações encarregadas das investigações”. Por isso, 94% dos casos acabam em impunidade.

A maioria das mortes “ocorre com mulheres envolvidas em atividades do crime organizado e, por isso, acabam não sendo investigadas”, explicou Herrmannsdorfer.

Honduras registra a taxa de homicidios mais alta do mundo, com 68 para cada 100.000 habitantes em 2014, segundo o Observatório da Violência da Universidade Nacional.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

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