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Fujimori assume da prisão golpe contra Congresso peruano em 1992

Bandeira Peruana, no dia 15 de setembro de 2016 afp_tickers

O ex-presidente peruano Alberto Fujimori reivindicou da prisão, nesta quarta-feira (5), o golpe de Estado de 25 anos atrás contra o Congresso, e se autoproclamou o “arquiteto da democracia moderna”, enquanto o fujimorismo liderado por seus filhos se destaca como a principal força política do país.

“O arquiteto da democracia moderna, desculpem-me lhes dizer, fui eu. Eu que gerei a Constituição que hoje todos respeitam”, afirmou Fujimori por meio do seu Twitter, administrado por um familiar próximo, ao defender que sua decisão de 5 de abril de 1992 de dissolver o Parlamento serviu para reconstruir o país e derrotar a guerrilha maoísta Sendero Luminoso.

O autocrata recordou por meio de sete mensagens que a Constituição promulgada em 1993 segue vigente, e sobreviveu a cinco governantes adversários seus. O documento inaugurou as bases de uma economia aberta no Peru.

“No dia 5 de abril de 1992 não se matou a democracia, ela foi salva. 80% dos peruanos aprovaram a medida. Perguntem aos mais velhos”, argumentou Fujimori ao recusar as acusações que o responsabilizam por ter prejudicado as instituições do país.

Apesar das acusações de seus adversários, o fujimorismo, que atualmente tem como figura sua filha Keiko Fujimori, converteu-se desde 2006 no principal partido político do Peru. Em 2016, perdeu a presidência por uma diferença de 40.000 votos em relação ao atual chefe de Estado Pedro Paulo Kuczynski.

Alberto Fujimori foi condenado pela justiça a 25 anos de prisão em 2009, como autor intelectual responsável por violações dos direitos humanos cometidas por um grupo paramilitar durante o ápice da guerra contra Sendero Luminoso.

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