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Governo adia regras para viajantes não vacinados contra covid-19 após ataque ‘hacker’

Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, em 13 de abril de 2021 afp_tickers

O Brasil anunciou nesta sexta-feira (10) que vai adiar a aplicação da quarentena obrigatória para viajantes que chegarem ao país sem vacina contra a covid-19, devido a um ataque cibernético que afetou o ConecteSUS, plataforma oficial do Ministério da Saúde, que disponibiliza certificados de vacinação.

“Por precaução, a gente vai publicar uma portaria hoje postergando por sete dias o início da vigência das regras que iniciariam amanhã, no sábado”, disse o secretário executivo da pasta, Rodrigo Cruz, referindo-se às normas destinadas a prevenir a propagação da variante ômicron do coronavírus.

Cruz indicou que a “medida de precaução” será aplicada “para não prejudicar o brasileiro que já está no exterior” e que não conseguiria emitir seu certificado de vacinação para retornar ao país e assim evitar a quarentena obrigatória.

No momento, segue em vigor a obrigatoriedade de apresentação de um teste PCR negativo.

O Ministério da Saúde sofreu um ataque cibernético na madrugada desta sexta-feira que tirou do ar seu site, roubou dados e interrompeu vários sistemas, incluindo o de notificação de casos e óbitos por covid-19 e o que emite certificados de vacinação.

O Gabinete de Segurança Institucional e a Polícia Federal estão investigando o caso.

Nas últimas semanas, o governo do presidente Jair Bolsonaro travou uma intensa discussão com cientistas e autoridades locais sobre a necessidade de exigir um certificado de vacinação de estrangeiros. Bolsonaro se opõe veementemente à exigência, que chamou de “coleira” do povo brasileiro.

Na quinta-feira, ele atacou o governador de São Paulo, João Doria, que afirmou que ninguém entraria em seu estado sem passaporte de saúde: “Teu estado é o cacete, porra. E nós todos temos que reagir. E reagir como? Protestando contra isso”, bradou o presidente.

O Brasil acumula mais de 616 mil mortes por covid-19, número superado apenas pelos Estados Unidos. Porém, com a vacinação de 65% dos 213 milhões de habitantes do país, o número de infecções e mortes despencou nos últimos meses.

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