Guerrilha Sendero Luminoso não foi exterminada, diz ministro peruano
A guerrilha Sendero Luminoso, que desencadeou um conflito interno no Peru entre 1980-2000, não foi exterminada, e opera de forma reduzida em um setor da selva do país, reconheceu nesta quarta-feira o ministro da Defesa, Jakke Valakivi.
“Este grupo terrorista não foi exterminado. Segue operando reduzido, evidentemente. As Forças Especiais puderam libertar pessoas (…) Hoje estão focadas no VRAEM”, explicou o ministro em um diálogo com a imprensa estrangeira.
O VRAEM (acrônimo do vale rio Apurímac, Ene e Mantaro) é uma faixa de selva entre montanhas, que une as regiões de Huancayo, Ayacucho, Apurímac e Cusco, onde operam remanescentes do Sendero Luminoso e que, segundo o governo, estão aliados ao narcotráfico.
“É uma zona que esteve abandonada, na parte de trás da Cordilheira dos Andes, e onde ninguém queria ver”, acrescentou Valakivi.
Nas últimas duas semanas, forças combinadas conseguiram libertar 33 crianças e 21 adultos – em sua maioria mulheres – em cativeiro em acampamentos de Sendero, na zona centro-sul do país.
Os reféns da guerrilha eram obrigados a trabalhar em acampamentos de cultivo de coca ilegal. Segundo as autoridades, as mulheres eram estupradas para gerar soldados para a organização.
Os resgatados foram levados à base militar e policial de Mazamari, localizada na região de Junín (centro).
O VRAEM se converteu em zona de guerra desde 2006 e se encontra em estado de emergência, ou seja, sob responsabilidade das Forças Armadas. Além disso, é a principal área produtora de folha de coca no país e sua erradicação é difícil devido à presença da guerrilha e do narcotráfico.