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Irã considera ‘equivocado’ o relatório da AIEA sobre inspeções nucleares

O líder do Irã na AIEA, Kazem Gharib Abadi, em uma reunião em Viena afp_tickers

O Irã descreveu nesta segunda-feira (27) como “equivocado” o relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que aponta que os inspetores da ONU não puderam acessar as instalações nucleares iranianas, e alegou que o acordo de vigilância do programa não “abrange” esse local.

A agência da ONU informou no domingo, em um comunicado, que foi impedida de ter um acesso “indispensável” a uma fábrica de componentes de centrífugas localizada em Karaj, perto de Teerã.

“Durante as negociações em Teerã e em Viena, o Irã informou que [o acordo] sobre a manutenção não abrange os equipamentos vinculados ao complexo Tessa Karaj”, escreveu no Twitter o embaixador do Irã na AIEA, Kazem Gharibabadi, afirmando que essas instalações são “objeto de investigações judiciais e de segurança”.

Em 23 de junho, o Irã afirmou que interrompeu uma operação de “sabotagem” contra um prédio de sua organização de energia atômica “nos arredores de Karaj” e que abriu uma investigação.

Em 12 de setembro, a AIEA fechou um acordo com o Irã sobre a manutenção dos equipamentos de vigilância de seu programa.

“O relatório de 26 de setembro [da AIEA] está equivocado e excede os termos acertados” entre Teerã e o órgão da ONU, considerou Gharibabadi.

No relatório, o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, explicou aos Estados-membros que a República Islâmica havia permitido, porém, que os inspetores visitassem as outras instalações, entre 20 e 22 de setembro.

Esse relatório da AIEA chega em meio a negociações estagnadas para retomar o acordo sobre o programa nuclear iraniano de 2015, alcançado entre as grandes potências e Teerã.

O pacto oferece a Teerã o fim de uma parte das sanções internacionais em troca de que o país prometa seriamente que não pretende desenvolver uma arma atômica e reduza drasticamente seu programa nuclear, sob controle da ONU.

Após a retirada unilateral dos Estados Unidos deste acordo em 2018, sob a presidência de Donald Trump, o Irã também deixou de lado grande parte de seus compromissos.

O ministro iraniano das Relações Exteriores declarou na sexta-feira que os diálogos serão retomados “muito em breve”.

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