Perspectivas suíças em 10 idiomas

Itália encontra 18 corpos de imigrantes em bote perto de Lampedusa

Embarcação com imigrantes perto da ilha de Lampedusa em 17 de março de 2014 afp_tickers

A Marinha italiana encontrou neste domingo 18 corpos em um bote à deriva ao sul da ilha de Lampedusa, na mais recente de uma longa série de tragédias da imigração clandestina no Mediterrâneo.

O navio “Sirio” localizou o bote, que estava com o motor avariado, e encontrou os cadáveres ao lado de 73 sobreviventes.

O capitão do “Sirio”, Marco Bilardi, confirmou a informação em uma entrevista ao canal SkyTG24.

“Quando nosso helicóptero sobrevoou a embarcação, estava afundando. Havia pessoas na água. Jogamos boias salva-vidas e coletes”, disse.

Os sobreviventes afirmaram que havia 99 pessoas a bordo quando iniciaram a travessia e que outros oito passageiros estavam desaparecidos, mas o capitão Bilardi disse que a tripulação não encontrou vestígio de nenhum deles.

Os 73 resgatados foram levados para o navio “Sirio”, onde encontraram outros 193 imigrantes que haviam sido socorridos previamente em outras operações.

Neste domingo, a Marinha italiana resgatou outros 215 imigrantes, incluindo 55 mulheres e 38 crianças, que foram levados para o navio “Fenice”.

Outro navio militar, o “San Giusto”, transportava quase 900 imigrantes resgatados durante várias operações na costa italiana. Entre eles, quase 500 pessoas, principalmente sírios e libaneses, foram socorridos a bordo de botes, muitos deles desidratados e inconscientes.

Como estava previsto, o navio “Fasan” chegou neste domingo ao porto de Reggio Calabria (sul) com 1.373 imigrantes a bordo, sendo 1.014 homens, 200 mulheres e 159 menores de idade, socorridos nos últimos dias.

Quase 50 deles sofriam de sarna e receberam atendimento médico.

O corpo de um homem, que teria sido morto com um golpe de barra de ferro por um organizador das travessias clandestinas, estava a bordo do “Fasan”.

Mais de 3.500 pessoas, principalmente da Síria e da Eritreia, foram resgatadas desde sexta-feira no canal da Sicília pela Marinha italiana, a Guarda de Fronteira e navios mercantes, segundo a imprensa italiana.

Depois dos grandes naufrágios no ano passado, que deixaram mais de 400 mortos, a Itália iniciou a operação “Mare Nostrum” para resgatar as várias embarcações em dificuldades que procedem em sua maioria da Líbia.

O ministro italiano do Interior, Angelino Alfano, pediu novamente um plano europeu de ação decisivo e rápido.

“É preciso estar cego para não ver o que está acontecendo: quanto mais se agrava o problema da fronteira do Mediterrâneo, mais percebemos que a operação ‘Mare Nostrum’ deve ser substituída por uma ação europeia”, disse o ministro.

De acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), mais de 100.000 pessoas chegaram à Itália pelo mar em 2014. Muitos seguiram para outros países da Europa.

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR

SWI swissinfo.ch - sucursal da sociedade suíça de radiodifusão SRG SSR